As ações da Positivo (BVMF:POSI3) apresentaram alta de mais de 15% no pregão desta quarta-feira (22) após a divulgação do balanço do quarto trimestre. Segundo a análise da XP (BVMF:XPBR31), a companhia apresentou uma boa dinâmica operacional, mas o resultado foi ofuscado pela deterioração do capital de giro e por um guidance tímido.
A empresa teve resultados positivos impulsionados por projetos mais complexos com margens elevadas e pelas vendas no segmento comercial, que abrange vendas para empresas e instituições públicas. Esse mesmo segmento comercial e projetos especiais impulsionaram a receita líquida. O comunicado da XP destacou que a companhia reportou uma margem EBITDA ajustada de 19,1%, um aumento de 7,1 pontos percentuais em relação às estimativas da XP.
No entanto, os analistas demonstraram preocupação com a desalavancagem da empresa e com a entrada em novos negócios que podem exigir mais capital de giro. A dívida líquida aumentou para R$1,1 bilhão no quarto trimestre de 2022, o que representa 1,6 vezes a dívida líquida/EBITDA. Os analistas Bernardo Guttmann e Marco Nardini enfatizaram que, embora a empresa tenha iniciado seu processo de desalavancagem, a alta dívida líquida ainda é motivo de preocupação.
A XP manteve a recomendação de compra das ações da Positivo e estabeleceu um preço-alvo de R$16 para o final de 2023. A companhia reportou um retorno sobre capital investido (ROIC, na sigla em inglês) de 30,8%, evidenciando um aumento em relação aos anos anteriores.
Embora a dinâmica operacional da Positivo tenha sido positiva, a empresa precisa lidar com a desalavancagem e o capital de giro para sustentar seus resultados positivos. No entanto, a análise da XP foi positiva em relação à margem EBITDA ajustada, que superou as expectativas e demonstra uma evolução na empresa.
Às 14h10 (de Brasília), as ações da Positivo apresentavam alta de 14,11%, a R$7,52.
