Bolsa de Valores brasileira fecha em leve queda em meio a turbulências globais

Nesta quarta-feira (29), o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, encerrou o dia em queda de 0,25%, aos 102.675,45 pontos. O resultado ocorreu em um contexto de aversão global ao risco, que impactou especialmente o setor bancário europeu e as ações de commodities. Durante a sessão, os preços do petróleo chegaram a cair mais de 6%, com o Brent fechando em baixa superior a 4% e o WTI em queda superior a 5%.

Apesar da turbulência, o índice brasileiro mostrou resiliência à tarde, moderando perdas e fechando mais próximo à máxima, de 103.048,28 pontos, do que do piso da sessão, de 100.692,04 pontos. Ainda assim, foi o menor nível de fechamento para o Ibovespa desde 1º de agosto (102.225,08), que emendou hoje a quinta perda diária. O giro foi a R$ 52,5 bilhões nesta quarta-feira, que foi também de vencimento de opções sobre o índice.

As ações de Petrobras ON e Vale ON, que chegaram a cair mais de 4%, limitaram as perdas e fecharam em baixa de 2,44% e 3,01%, respectivamente. Petrobras PN cedeu 1,77%. O movimento de contenção de perdas, em paralelo ao observado em Nova York, foi amplificado pelos grandes bancos na B3, que reagiram no meio da tarde e, na maioria, passaram a operar em alta, com destaque para Bradesco (ON +1,89%, PN +1,42%).

Na ponta do Ibovespa, destaque para as ações de Méliuz (+14,44%), após balanço trimestral na noite de ontem, à frente de MRV (+7,19%), Natura (+6,63%) e Eletrobras PNB (+6,01%). No lado contrário, as ações de CVC (-6,12%), CSN (-6,04%), Gerdau PN (-4,66%) e Gerdau Metalúrgica (-4,10%) registraram as maiores quedas.

O cenário global de instabilidade foi motivado por preocupações em torno de dificuldades no sistema bancário, com destaque para o europeu Credit Suisse, que teve suas ações despencando cerca de 30% e motivou liquidações nas ações de bancos europeus e americanos. O banco suíço apelou ao Banco Nacional Suíço por demonstração pública de apoio, mas a princípio nenhuma das instituições decidiu intervir publicamente.

Para José Simão, sócio da Legend Investimentos, os movimentos no mercado de ações estão cada vez mais curtos e a volatilidade, muito grande. Ele destaca o temor quanto ao efeito que as dificuldades no sistema de crédito, em ambiente de juros globalmente já elevados, poderão trazer ao crescimento econômico mundial. “A perspectiva de arrefecimento da expansão econômica, com possibilidade de recessão nos Estados Unidos, tem ganhado

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