Brasil reafirma apoio ao princípio de uma só China em declaração conjunta com governo chinês

O Ministério das Relações Exteriores divulgou nesta sexta-feira (14) uma declaração conjunta com o governo chinês que reitera o compromisso do Brasil com o princípio de uma só China. O documento, que possui 49 itens e foi publicado em português e inglês, afirma que o governo da República Popular da China é o único governo legal que representa toda a China, enquanto Taiwan é uma parte inseparável do território chinês.

Embora o Brasil reconheça a China desde 1974, a declaração ocorre em meio às tensões crescentes entre Estados Unidos e China na região, que aumentaram após os norte-americanos iniciarem exercícios militares nas Filipinas, dias depois dos chineses realizarem manobras militares no Estreito de Taiwan. Taiwan é uma ilha de 23 milhões de pessoas que tem sido um ponto de tensão entre Washington e Pequim.

O comunicado divulgado nesta sexta-feira afirma que, “ao reafirmar o princípio da integridade territorial dos estados, apoiou o desenvolvimento pacífico das relações entre os dois lados do Estreito de Taiwan. A parte chinesa manifestou o grande apreço a esse respeito”.

A declaração também menciona a guerra da Ucrânia, um dos temas mais aguardados do encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Xi Jinping. Embora de maneira pouco incisiva, as partes reafirmaram que o diálogo e a negociação são a única saída para a crise da Ucrânia, e que todos os esforços conducentes à solução pacífica da crise devem ser encorajados e apoiados.

O Brasil já havia demonstrado anteriormente a ambição de ajudar mais decisivamente na mediação do conflito entre Ucrânia e Rússia, que já dura mais de um ano. Entretanto, a visita do presidente Lula girou muito em torno de aspectos econômicos, sobretudo pelas declarações do presidente brasileiro a respeito do dólar como moeda de lastro entre negócios.

Outro assunto presente na declaração é o das vacinas chinesas. Durante a fase mais aguda da pandemia do coronavírus, as vacinas produzidas na China, sobretudo a Coronavac, importada pelo então governador de São Paulo, João Doria, foram alvo de desinformação. No entanto, a declaração conjunta afirma que “as vacinas chinesas foram fundamentais no combate à pandemia no Brasil e contribuíram para que se salvassem milhões de vidas brasileiras”. No fim de 2020, o então presidente Jair Bolsonaro afirmou que a Coronavac causava “morte, invalidez e anomalia”.

A declaração conjunta entre Brasil e China reforça a importância das relações diplomáticas entre os dois países e afirma o compromisso do Brasil em manter uma parceria estratégica com a China, um importante parceiro comercial e de investimentos do Brasil.

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