Bruno Latour: Confira o legado que o filósofo deixou na discussão e preservação ambiental

Bruno Latour é um dos mais respeitados intelectuais da atualidade. As suas pesquisas, teorias e filosofias contribuíram para novas visões e interpretações relacionadas a modernidade, política e ecologia.

Continue a leitura e entenda o impacto dos seus estudos para a sociedade.

Quem foi Bruno Latour

Bruno Latour foi um filósofo, sociólogo e antropólogo francês. Latour é um dos principais nomes contemporâneos da filosofia referente ao pensamento ambiental.

Nascido no Centro-leste da França, no dia 22 de junho de 1947, em Beaune, Bruno foi doutor em filosofia, através da Université de Tours e doutor em antropologia pela Universidade de École des Hautes Etudes em Sciences Sociales (Ciências sociais).

Posteriormente, virou professor emérito na universidade de École. Ele também trabalhou como professor na University of California (Universidade da Califórnia). Sua atuação nessa universidade teve duração de 3 anos, entre 1989 e 1991.

Já na universidade de Paris, no Centro de Sociologia e Inovação da École Nationale Supérieure de Mines, foi professor durante 16 anos, entre 1991 a 2006.

O filósofo foi um dos fundadores dos Estudos Sociais da Ciência e Tecnologia (ESCT). Além disso, uma de suas, se não sua principal contribuição teórica, foi a criação e desenvolvimento da teoria denominada “teoria ator-rede”.

Realizou estudos etnográficos na América e África. Entretanto foi no Laboratório de Neuroendocrinologia do Instituto Salk, na Califórnia, que a sua etnografia mais famosa foi realizada.

No fim dos anos 1990, Bruno Latour se concentrou na análise e filosofia da ecologia política.

Ele pode não ser uma empresa gerenciamento de projetos, mas seus projetos possuem grande impacto.

Em seus últimos anos de vida, o filósofo conduziu um projeto de mapeamento de controvérsias científicas, junto a alunos da Sciences Po e de um consórcio de universidades da Europa. O seu projeto possuiu uma maior ênfase em relação às controvérsias ambientais.

Questões como compensação ambiental são abordadas pelo filósofo em seus estudos e projetos. Em 2010, Bruno foi um dos curadores da Bienal de Taipei. Já no ano de 2013, ele recebeu, do governo norueguês, o prêmio Holberg e em 2021 recebeu o prêmio Kyoto.

Além disso, publicou diversos artigos e deu muitas entrevistas para diversos meios de comunicação a respeito de suas filosofias.

Principais obras

O filósofo publicou muitos livros famosos e importantes para a análise e estudo de algumas de suas teorias e o desenvolvimento de muitos pensamentos. Latour foi autor de mais de vinte livros. Os publicando desde a década de 1980. Dentre suas principais obras estão:

  • Jamais fomos modernos;
  • Políticas da natureza;
  • Diante de Gaia;
  • A esperança de pandora;
  • Onde aterrar?
  • O que é o Antropoceno?
  • Onde estou?
  • Lições do confinamento para uso dos terrestres.

Os seus livros foram publicados pela primeira vez em inglês, nos Estados Unidos e na Inglaterra. Sendo reconhecido inicialmente apenas nesses países para, posteriormente, obter o devido reconhecimento na França.

Foram desenvolvidos diferentes pensamentos em seus livros, entretanto o que se sobressai é relacionado a sua filosofia da importância ambiental.

Tanto os livros “Onde Aterrar” e “Diante de Gaia” quanto o livro “O que é o Antropoceno”, são livros que abordam o tema da ecologia política. Onde o autor empreende uma crítica à globalização.

Ambos os livros abordam o tema e criticam termos como “crise ecológica”, uma vez que a palavra crise dá a subentender que é passageira. Entretanto, a ecologia deve ser tratada e cuidada constantemente, e não de forma cíclica.

Em seus livros, Latour aborda diferentes questões. Durante seu período como professor na universidade de Science Po, na França, ele fazia basicamente um estudo de impacto de vizinhança.

Onde o filósofo pesquisava questões relacionadas ao relacionamento do homem com o seu ambiente e como o pensamento científico é formado.

Por esse motivo, para pessoas que buscam solucionar a crise ambiental contemporânea, Bruno foi referência para essas novas gerações, incluindo ambientalistas, políticos, pesquisadores, artistas, entre outros.

Seu pensamento sobre ecologia na atualidade

A natureza à sua volta não é apenas paisagismo de jardim e não tem apenas como finalidade deixar o ambiente mais bonito.

Bruno Latour foi pioneiro da filosofia da natureza e da ecologia política. Ele defendia que o ambiente deveria estar no centro das discussões políticas. O filósofo foi um dos primeiros intelectuais a perceber e compreender a importância do pensamento ecológico.

Através da percepção ao risco ambiental e à saúde da sociedade como um todo que se podem tomar providências para a melhoria do meio ambiente.

Latour defendia a conscientização ecológica, onde é necessário um programa de educação ambiental para a sociedade como um todo. A conscientização da atual situação e risco da natureza gera a mudança e melhoria.

Ao ceder uma entrevista para a Folha, Bruno afirmou que, “se o Brasil achar a solução para si, vai salvar o resto do mundo”. Ele afirmava que o negacionismo climático, que teve início nos anos 1990, é o principal motivo para o escapismo da realidade.

Para ele, as situações macroeconômicas relacionadas ao meio ambiente seriam a causa do fenômeno em que teria levado à eleição de Donald Trump e de Jair Bolsonaro ao poder. O que mais tarde, se refletiria na negação do coronavírus.

Para Bruno, a humanidade está perplexa porque não possui mais uma orientação eficiente. Essa mudança é em decorrência de 3 fatores principais:

  • A globalização;
  • O aumento das desigualdades sociais;
  • As mutações climáticas.

Segundo ele, é necessária uma visão unificada desses três fenômenos. Não se pode lidar com eles de forma isolada e achar que eles não estão conectados entre si.

Para se obter uma melhor orientação, é necessário a unificação dos fenômenos principais para os problemas da sociedade.

Segundo Latour, o Brasil é o único país a enfrentar sobreposição de crises muito extremas, onde nenhum outro país passa por tantas. Para ele, o país é “onde está visível tudo aquilo que vai ser importante nas próximas décadas”.

Durante a pandemia do coronavírus, foi revelado uma batalha entre classes geossociais Uma das frases mais famosas do filósofo é “O capitalismo cavou sua própria sepultura. Agora trata-se de repará-la”.  

A consultoria e licenciamento ambiental são consequências de um pensamento anterior referente à ecologia. O capitalismo, com o crescimento desenfreado de empresas causa muita poluição e agridem o meio ambiente.

De acordo com Bruno, é essencial abrir espaço para questões referentes ao clima e sua negação na política, uma vez que o assunto possui grande impacto no meio social como um todo.

Em entrevista, o filósofo afirmou que “é como se grande parte das classes dominantes tivesse chegado à conclusão de que não haveria mais espaço na Terra para eles e para o resto de seus habitantes”.

E ele continua dizendo que isso explicaria a explosão das desigualdades, o grau de desregulamentação, críticas à globalização e, sobretudo, o desejo desesperado de voltar às velhas proteções do Estado nacional”.

A relevância de seus estudos para a sociedade

O filósofo, antropólogo e sociólogo Bruno Latour faleceu na madrugada do dia 9 de outubro de 2022, aos 75 anos. Entretanto, seu legado vai durar por muitas décadas. O impacto gerado através de seus pensamentos ecológicos influenciou muitos outros pensadores.

Uma empresa prestadora de serviços ambientais só existe porque é a solução para um problema que Bruno Latour foi pioneiro em observar.

Medidas para favorecer o meio ambiente e minimizar os seus danos sempre foram de grande importância, mas são essenciais na atualidade, onde seus impactos estão cada vez mais visíveis e aparentes.

Algumas ações podem melhorar a situação do meio ambiente na sociedade. Como a inclusão da discussão ecológica no âmbito político, pode gerar resultados significativos.

A inserção de environmental, social and governance (ESG), pode ajudar a minimizar os danos gerados por uma instituição.

O ESG significa ambiental, social e governança e são as práticas ambientais, sociais e de governança de uma empresa para a diminuição do impacto que elas geram e que afetam a natureza.

Na prática, essa sigla também pode ser usada para indicar o quanto uma instituição busca minimizar o seu impacto ecológico e manter melhores processos de administração.

E até uma pessoa física pode impactar positivamente o meio ambiente, através de atos conscientes, separação correta do lixo em diferentes materiais e até a compra de recicláveis em SP.

Existem muitas formas de melhorar o meio ambiente, desde as mais simples às mais complexas.

Bruno Latour foi um dos pioneiros na discussão sobre o meio ambiente e a inserção da ecologia no meio político. A sua percepção influenciou muitos outros pensadores, ambientalistas, artistas, pesquisadores, políticos, futuras gerações, entre outros.

Esse texto foi originalmente desenvolvido pela equipe do blog Guia de Investimento, onde você pode encontrar centenas de conteúdos informativos sobre diversos segmentos.

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Formado em Jornalismo e Comunicação Social. Assessor digital pela equipe Guia de Investimento. Meu compromisso é entregar conteúdos de qualidade para diversos setores, entre os principais: Tecnologia, finanças e meio ambiente.