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Em um alerta urgente, especialistas destacam a necessidade de quadruplicar os esforços de captura de carbono para evitar os piores impactos das mudanças climáticas. Este aviso foi dado após uma análise detalhada das metas climáticas globais e das tecnologias de captura de carbono atualmente em uso.

Cientistas do Instituto de Pesquisa em Impactos Climáticos de Potsdam, na Alemanha, publicaram um estudo que aponta a captura de carbono como um elemento crucial para limitar o aumento da temperatura global a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais, conforme estabelecido pelo Acordo de Paris. De acordo com o estudo, a atual capacidade de captura de carbono é insuficiente para atender às metas climáticas, e uma expansão significativa é necessária para evitar consequências climáticas catastróficas.

A pesquisa revela que a tecnologia de captura e armazenamento de carbono (CCS), que envolve a remoção de dióxido de carbono (CO2) da atmosfera e seu armazenamento em locais subterrâneos, deve aumentar drasticamente. Atualmente, as instalações de CCS são responsáveis pela captura de cerca de 40 milhões de toneladas de CO2 por ano. No entanto, para manter o aquecimento global dentro de limites seguros, será necessário capturar e armazenar até 160 milhões de toneladas anualmente até 2030.

O Dr. Alexander Popp, um dos autores do estudo, enfatiza que a captura de carbono não é uma solução única, mas uma parte essencial de um conjunto de medidas que inclui a redução de emissões e a promoção de energias renováveis. “A captura de carbono deve ser vista como um complemento às estratégias de descarbonização. Sem uma expansão significativa dessas tecnologias, será extremamente difícil atingir as metas climáticas globais”, afirmou Popp.

O estudo também destaca que o financiamento para projetos de captura de carbono deve ser substancialmente ampliado. Atualmente, muitos projetos dependem de subsídios governamentais e parcerias público-privadas, mas isso não é suficiente para impulsionar a expansão necessária. “Precisamos de um aumento significativo nos investimentos, tanto do setor público quanto privado, para desenvolver e implementar tecnologias de captura de carbono em larga escala”, disse Popp.

Além disso, os cientistas apontam para a importância de políticas de apoio robustas para facilitar o desenvolvimento de infraestrutura de captura e armazenamento. Isso inclui a criação de regulamentações claras, incentivos fiscais e a promoção de pesquisas e inovações tecnológicas. “Governos ao redor do mundo precisam adotar políticas mais agressivas para apoiar a captura de carbono. Sem essas medidas, será muito difícil alcançar a escala necessária para fazer uma diferença significativa”, acrescentou Popp.

Os pesquisadores também alertam sobre os desafios técnicos e econômicos associados à captura de carbono. A tecnologia ainda é cara e complexa, o que torna essencial o desenvolvimento de métodos mais eficientes e econômicos. “A inovação é crucial. Precisamos de tecnologias de captura de carbono mais baratas e eficazes para torná-las viáveis em larga escala”, explicou Popp.

O relatório conclui que, além de aumentar a capacidade de captura de carbono, é fundamental acelerar a transição para uma economia de baixo carbono. Isso envolve a redução das emissões de gases de efeito estufa em todos os setores, a promoção de fontes de energia limpa, como a solar e a eólica, e a implementação de práticas sustentáveis na agricultura e na gestão de resíduos.

A urgência da situação é clara: sem ações decisivas e imediatas para expandir a captura de carbono e reduzir as emissões globais, as consequências das mudanças climáticas podem ser devastadoras. O estudo do Instituto de Pesquisa em Impactos Climáticos de Potsdam serve como um chamado à ação para governos, empresas e sociedade civil em todo o mundo.

Em suma, quadruplicar os esforços de captura de carbono é essencial para combater as mudanças climáticas e proteger o futuro do planeta. É imperativo que todas as partes interessadas trabalhem juntas para implementar as soluções necessárias e garantir um ambiente sustentável para as gerações futuras.

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