Como as mudanças sociais, políticas e econômicas põem em risco a biodiversidade?

*Por Fernando Silva
 

O impacto das ações humanas sobre o meio ambiente não está restrito ao grupo populacional. Hoje, a fauna e flora do planeta são os sistemas que mais sofrem com as mudanças sociais, econômicas e ambientais ocasionadas pelo crescimento populacional e pela produção desenfreada. Segundo pesquisas, estima-se que, atualmente, haja mais plástico que peixes nos oceanos. 

Em 2019, a União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN), publicou a Lista Vermelha de espécies ameaçadas. O levantamento mostrou que dezessete espécies de tubarão estão em extinção. Das cinquenta e oito espécies avaliadas, seis foram identificadas como “criticamente ameaçadas” e onze como “ameaçadas” ou “vulneráveis”. 

Apesar da importância das espécies e dos organismos que compõem o ecossistema, é possível observar o descaso e a falta de preocupação com o meio ambiente. Dados do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), de janeiro a outubro, foram derrubados quase 10 km² de floresta, o equivalente a mais de seis vezes a cidade de São Paulo. Atualmente, o Brasil é o quinto maior emissor de gás estufa do mundo. 

A biodiversidade é responsável pelo equilíbrio e pela estabilidade dos ecossistemas, atingindo diretamente os seres humanos. Dentre as principais causas para a destruição, estão a poluição, a introdução de espécies invasoras, o uso excessivo dos recursos naturais, o desmatamento e a devastação por conflitos armados. Um dos exemplos mais recentes, é o conflito entre a Rússia e a Ucrânia, iniciado em meados de fevereiro de 2022, deixando milhares de vítimas, uma delas, o meio ambiente. 

O conflito desencadeou um forte bloqueio econômico imposto pelo mundo ocidental à Rússia – país responsável por 10% da produção mundial do petróleo, gás natural e trigo. Como consequência, a exploração de combustíveis fósseis no continente europeu, que liderava as discussões sobre o uso de fontes renováveis foi retomada. Em julho deste ano, a Alemanha reativou 16 usinas a carvão e derivados do petróleo, temendo à escassez energética. O gás russo é responsável por 55% do abastecimento de gás natural do país – por ano, são consumidos 100 bcm (bilhões de metros cúbicos). 

Derivados do petróleo e do gás natural são utilizados em diferentes setores da economia com a finalidade de gerar eletricidade (termelétrica e cogeração na indústria), calor (processos industriais e residências), força-motriz (transporte) e matéria prima (utilização petroquímica). 

A dependência desses combustíveis pode levar a emissão do CO2, um dos principais causadores do aquecimento global. Seu processo de produção, desde a exploração, processamento até o transporte pode gerar grandes impactos ambientais, como o vazamento de navios petroleiros, vazamentos em plataformas e gasodutos. 

Investir em energias e soluções renováveis pode ajudar a evitar a emissão de gases de estufa e a proteger as comunidades dos efeitos da mudança climática. Garantir o cuidado com o meio ambiente, é mostrar preocupação com os cidadãos remanescentes, e futuras gerações. A natureza é e sempre será a maior fornecedora dos elementos básicos para a sobrevivência humana

*Fernando Silva é CEO da PWTech, startup voltada para a purificação de água contaminada. Formado em engenharia química pelo Mackenzie e administração e negócios pela Harvard Business School, é executivo da área comercial com mais de 15 anos de experiência em negócios e soluções ambientais sustentáveis.

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