Como os ladrões conseguem roubar a moeda criptográfica

As autoridades americanas anunciaram na terça-feira que haviam recuperado 3,6 bilhões de dólares de bitcoin roubados em 2016, lançando uma luz sobre os golpes que envolvem a moeda criptográfica.

Mas como exatamente os criminosos roubam no mundo virtual?

Hackeando as trocas

Bitcoin e outras moedas criptográficas são compradas, vendidas e armazenadas em bolsas, assim como as commodities no mundo não virtual.

Mas os investidores criptográficos, e aqueles que organizam as trocas, freqüentemente se opõem ao controle centralizado e rejeitam uma supervisão rigorosa – e isso às vezes leva a uma segurança frouxa.

“As bolsas têm ações que são relativamente grandes a qualquer momento em criptografia”, diz Manuel Valente da Coinhouse, uma empresa francesa que administra transações criptográficas.

“Mas estes são servidores, máquinas – e pessoas maliciosas às vezes conseguem entrar em seus servidores e roubar dinheiro”.

A maioria desses problemas é causada por uma segurança fraca, diz ele.

Alexander Stachtchenko da KPMG concorda, ressaltando que algumas plataformas ainda armazenam senhas em seus servidores.

“Se você consegue entrar no servidor, pode roubar as senhas”, diz ele. “Uma vez que você tenha as senhas, você move as bitcoins de um endereço para outro e depois as pessoas não têm acesso a essas bitcoins”.

Hackeando a cadeia de bloqueio

Todas as coisas criptográficas dependem da cadeia de bloqueio – uma cadeia de código composta de blocos bloqueados. Ela armazena os detalhes de todas as transações feitas em moeda criptográfica.

Como cada bloco está ligado, é impossível alterar um bloco de código sem alterar toda a cadeia – a base das reivindicações de segurança feitas por aqueles que tropeçam nos benefícios do criptograma.

Entretanto, há uma teoria de que se um grupo obtivesse mais de 50% de uma determinada cadeia de bloqueio, poderia começar a reescrever as transações, bloqueando novas transações e duplicando as moedas.

Uma troca chamada Gate.io alegou ter perdido $200.000 em um ataque como este em 2019, mas os especialistas acham que seria impossível atingir grandes jogadores como o bitcoin.

Tal ataque “seria incrivelmente duro e incrivelmente energético”, diz Erica Stanford, autora de “Guerras Cripto: Mortes Falsificadas, Bilhões Desaparecidos e Desordem Industrial”.

“Com o bitcoin agora não seria possível por causa da quantidade de energia que usaria”.

Crime cripto-adjacente

Muitos dos golpes em torno da criptografia têm menos a ver com a tecnologia e mais ligados a truques de confiança antiquados ou extorsão onde os criminosos pediam pagamento em criptografia.

A principal família de golpes tem sido esquemas ao estilo de Ponzi, onde uma nova moeda é hipotética e seu valor inflado pelos criadores, que então despejam toda a moeda quando o preço atinge seu ponto mais alto, deixando muitos investidores sem um tostão.

Tais fraudes, embora não sejam exclusivas da criptografia, lucraram 7 bilhões de dólares para golpistas em 2019, mas caíram maciçamente no ano seguinte, de acordo com a empresa de análise Chainalysis.

“O esquema principal não tem sido tanto sobre criptografia, mas sobre o uso da crença de que as pessoas ficarão ricas rapidamente para enganar as pessoas a investir”, diz Stanford.

Ela admite, no entanto, que a novidade do cripto e seu fascínio como uma idéia de ficar rico rapidamente ajudou os golpistas a não ter fim.

A rede fecha

Enquanto as moedas criptográficas se tornaram notórias para estes esquemas ao estilo de Ponzi, Stanford aponta que o ponto alto das fraudes foi entre 2016 e 2018.

Ela diz que agora o mercado amadureceu, as pessoas são mais conhecedoras, as autoridades policiais e reguladoras estão mais envolvidas e as ferramentas analíticas abundam, permitindo que as moedas sejam rastreadas.

Chainalysis relatou que o crime geral relacionado ao criptográfico caiu enormemente no ano passado.

Stachtchenko ressalta que muitas das principais plataformas agora aumentaram a segurança para combater os hackers.

“Alguns até compraram ‘bunkers’ – uma espécie de cofre digital”, diz ele.

Valente concorda, dizendo que o monitoramento tem sido intensificado a tal ponto que os criminosos não poderão gastar seu criptograma mesmo que o escondam por anos.

“Assim que as bitcoins roubadas começam a se mover novamente, todos sabem”, diz ele. “Agora, quase nenhuma empresa vai lidar com bitcoins que tenham sido roubados”.

Fonte: Phys.org

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Formada em Publicidade e Propaganda pela FECAP. Possui experiência como redatora, roteirista, social media e ghostwriter. Uma geek por natureza, apaixonada por cinema. Tem duas filhas caninas: Eleven (Stranger Things) e Yennefer (The Witcher).