Crise climática é sobre economia e não sobre o planeta

*Renata Ankowski, COO na MCM Brand Experience

Eco = ambiente, Nomia = regras. Logo percebemos que as regras para conviver neste âmbito estão desarmônicas. O planeta se regenera há milhares de anos, porém só agora o ser humano está lutando para a sobrevivência de sua espécie. A partir dessa óptica, nós criamos um sistema no qual vivemos e, no dia 16 de março, é comemorado o Dia Nacional da Conscientização sobre as Mudanças Climáticas, carregando um objetivo ainda maior, o bem-estar da humanidade. 

É importante a consciência para refletir. A natureza tem seu limite de regeneração e, nós como seres humanos, ultrapassamos esse limite, fazendo necessário criar um dia para lembrarmos de olhar para nossos atos e ações que contribuem para as mudanças climáticas. 

Quando falamos de mudanças climáticas, estamos nos referindo a vários ciclos que envolvem a evolução humana. Essa evolução nos coloca de encontro com todo o avanço histórico tecnológico que, mesmo indiretamente, causou a crise que vivemos hoje. Mas também não podemos desmerecê-lo, pois a inexistência desses avanços limitariam o poder tecnológico que possuímos atualmente. 

No âmbito corporativo, as empresas como um todo tem um papel fundamental, assim como um ciclo econômico. Quando a empresa se propõe a realizar processos com compliance, seriedade e comprovações de suas ações, ela se torna uma aliada no combate à crise climática em diversos segmentos. Dessa forma, as atitudes das instituições provocam a mudança em parceria com o ambiente. Não adianta apenas o produto estar alinhado com a pauta, é preciso criar uma rede em torno dele para que toda a malha logística funcione. O impacto disso tudo é sistêmico, a empresa é feita de pessoas, as pessoas produzem resultados, logo mudanças são geradas. 

Em novembro de 2021, foi realizada a 26ª Conferência das Nações Unidas sobre mudanças do clima. Para o Brasil, se olharmos para um cenário direcionado ao meio ambiente, tivemos em pauta assuntos muito pertinentes como: fonte de energia renovável e investimento em energia limpa. O que levou os representantes brasileiros presentes no encontro a levantar diversas alternativas e promessas assumindo a responsabilidade de fazer a diferença nessa luta contra os impactos da crise climática. Afinal, o planeta vai continuar, o que vai acabar, se nada fizermos, é a raça humana. 

Uma das metas globais apresentadas na COP 26 foi a redução de 30% da emissão de gás metano, que é liderado pelos países produtores de agronegócio. Medida que impacta diretamente na economia brasileira. E como reverter isso? A partir de alternativas de compensação e redução de desmatamento, pois não impactam diretamente a economia brasileira, como a missão dos stakeholders para que as práticas de redução se tornem uma realidade.

A minha expectativa e a de todos que estão à frente de grandes empresas, é que no futuro não precisemos cobrar mais essas atitudes, mas que seja algo natural. É evidente que é preciso cada vez mais olharmos com atenção para nossas atitudes e traçarmos estratégias menos destrutivas aos recursos naturais, porém muitas vezes isso não acontece.

Nós vivemos em um país em desenvolvimento e, além de termos uma lacuna educacional enorme, enfrentamos problemas semelhantes na cultura e economia. Dessa forma, a expectativa de comportamento para o mundo corporativo gira em torno de que toda empresa tenha seu papel de também ser uma escola formadora, compartilhando da sua cultura, visão e valores. A partir disso, desenvolver uma comunicação cada vez mais integrada e persistente com o objetivo de educar sempre quem está à nossa volta.

Para mim, a tese deste artigo é que a economia precisa mudar suas regras para adaptar-se ao ambiente no qual está inserida. E isso é sobre ESG e um mundo mais limpo e respeitoso, com infinitas possibilidades de avanço da tecnologia. É muito importante termos datas como essa para relembrar e reforçar a mensagem que o protagonismo da mudança climática está em cada um de nós, desde pequenos hábitos até grandes projetos globais como os 17 ODSs para 2030.

*Renata Ankowski é formada em Administração de Empresas, pós-graduada pela PUC-AR e especialista em gestão de projetos pela ESPM, PMO Agile, Design Thinking e Service Design. Atua há mais de 14 anos com grandes multinacionais em diversas áreas, aplicando gestão estratégica. Ajuda empresas a transformarem ideias em ação, manifestando resultados através de pessoas. Se dedica a fazer um mundo melhor, sendo otimista e realista. É comprometida em construir o futuro através da inovação, liderança, marketing, intuição e inspiração. Atualmente é COO na MCM Brand Experience e apaixonada pela natureza e meditação.

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