Recentemente, os preços do cacau atingiram uma marca histórica que não era vista há quase cinquenta anos. Essa tendência está gerando um aumento nos custos para fabricantes de chocolate, confeiteiros e amantes do doce. Como consequência, existe a possibilidade de os produtos sofrerem uma redução em seu tamanho e de as empresas de alimentos substituírem a manteiga de cacau por gorduras mais acessíveis, o que altera o sabor do produto final.

Parte do motivo dessa crise do cacau e consequentemente do chocolate é a crise climática. O biólogo Jubilut, mestre em Ciência e Tecnologia Ambiental e professor de biologia no Aprova Total, explica que mais de 60% do cacau produzido no mundo vem de dois países na África: Gana e Costa do Marfim. Esses países vêm enfrentando condições climáticas extremas, intensificadas por fenômenos como o El Nino e La Nina.

“Por exemplo, no ano passado, o excesso de chuva durante a floração dos cacaueiros acabou com as flores, e sem flor, não há o desenvolvimento do fruto, o cacau. Esse ano, os ventos fortes e secos vindos do deserto do Saara, conhecidos como Harmattan, já fizeram um estrago, e diminundo a produção do cacau na região. Além disso, as árvores têm ficado doentes com uma maior frequência e produzido menos frutos. O que pode estar ligado tanto às questões climáticas quanto ao envelhecimento das plantações. Outras questões como a falta de investimento nos cultivos, que são feitos principalmente por pequenos produtores locais, também têm contribuído para a queda na produção do cacau”, explica o especialista.

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