Dia Internacional de proteção à camada de ozônio

Camila Santa Clara Yakabe, Camila dos Reis Cunha e Sara Bonisson

A natureza é um grande patrimônio da sociedade e a compreensão de sua necessária preservação é um fator que desponta na atualidade. O calendário ambiental cumpre o importante papel de conscientização, como acontece com o Dia Internacional da Proteção à Camada de Ozônio, comemorado no dia 16 de setembro.

O relatório científico “Estado do Clima Global em 2021”, divulgado pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), indica que o buraco na camada de ozônio sobre a Antártida aumentou, assumindo as dimensões territoriais de todo o continente africano. À vista desse cenário, é fundamental revigorar o entendimento da população da importância dessa estrutura natural de proteção da vida terrestre.

A camada de ozônio nos protege contra a ação de raios ultravioletas (UV) oriundos do Sol, ou seja, ela é uma barreira que impede que a maior parte desses raios atinja a superfície da Terra. A camada apresenta uma espessura de aproximadamente 15km e está localizada na estratosfera. É constituída pelo gás ozônio, cuja fórmula molecular é O3. Esse gás é produzido naturalmente por meio de reação fotoquímica de raios ultravioletas com moléculas de oxigênio (02).

Apesar da sua importância, a camada de ozônio começou a ser comprometida pelos efeitos da poluição provocada pela industrialização mundial. Os primeiros indícios dessa agressão ocorreram em 1977, quando cientistas britânicos perceberam um grande buraco na região localizada sobre a Antártida. Após estudos, concluiu-se que os principais responsáveis pela sua destruição são os chamados clorofluorcarbonetos (CFCs), composto por cloro, flúor e carbono, os quais juntos podem acabar com cem mil moléculas de ozônio. Esses compostos químicos são encontrados, principalmente, em equipamentos de refrigeração, materiais plásticos e aerossóis. Uma vez levados à estratosfera, os CFCs se desintegram e liberam o cloro, que, ao reagir com o ozônio, transformam-se em oxigênio. Como o 0não é capaz de proteger a vida terrestre dos raios ultravioletas, eles atingem diretamente a superfície da Terra. Além do CFCs, existe também a presença do gás carbônico (CO2) produzido a partir da queima de combustíveis, que contribuem para o aumento da camada de ozônio.

Diante da crescente destruição da camada de ozônio e da preocupação ambiental, em 1985 aconteceu a convenção de Viena, em que o tema em questão foi seriamente discutido, buscando propostas para a diminuição do problema. Como consequência da convenção, em 1987, foi criado o Protocolo de Montreal, visto como um tratado internacional que visa à proteção da camada de Ozônio por meio da eliminação da produção e do consumo de substâncias responsáveis por sua destruição.

Reduzir a utilização de combustíveis poluidores e substituir os modelos de geração de energia tradicionais por tecnologias alternativas, como as que utilizam os raios solares, podem ajudar a proteger a camada de ozônio, mitigando o impacto ambiental.

Além disso, assumir o papel de consumidor consciente também é fundamental na proteção da camada de ozônio. É importante atentar-se à manutenção de eletrodomésticos, como geladeira e ar-condicionado, pois estes equipamentos emitem clorofluorcarbonos (CFC) para a atmosfera quando desregulados. Evitar a compra de aerossóis com clorofluorcarbonos também é relevante.

Não podemos esquecer que a forma mais eficaz de observamos uma mudança positiva é através da ação conjunta por parte de governos, empresas e cidadãos conscientes, tornando a preservação ambiental um hábito na sociedade.

Somando-se a esse esforço coletivo, a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou resolução que estabelece ser o meio ambiente limpo, saudável e sustentável um direito humano, validando a urgência por ações catalisadoras de um presente mais sustentável.

Camila Santa Clara Yakabe é Bióloga e professora do Colégio Presbiteriano Mackenzie São Paulo (CPM-Higienópolis).

Camila dos Reis Cunha é Geógrafa e professora do Colégio Presbiteriano Mackenzie São Paulo (CPM-Higienópolis).

Sara Bonisson é Bióloga e professora mentora do Colégio Presbiteriano Mackenzie São Paulo (CPM-Higienópolis).

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