Dia Mundial do Meio Ambiente: o que mudou nos últimos anos e o que pode melhorar com a Economia Circular

Em 5 de junho de 2022, comemoramos, pela 50ª vez, o Dia Mundial do Meio Ambiente. A data foi definida na primeira Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente Humano — a Conferência de Estocolmo de 1972, que também levou à criação do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). Na edição deste ano, o evento comemorativo é realizado na Suécia, com o lema “Uma Só Terra”, reforçando que o planeta é a única morada de todos e seus recursos finitos devem ser conservados pela Humanidade.


No entanto, o que foi feito para conservar o meio ambiente nesses últimos 50 anos? E como a população pode tomar atitudes realmente efetivas para minimizar os danos à natureza? Pesquisas como o artigo publicado por Will Steffen e colaboradores na Revista Science, em 2015, apontam que as últimas décadas de atividade humana já ultrapassaram diferentes limites e fronteiras e geraram impactos no planeta que já podem ser considerados irreversíveis. Constatação que tem sido corroborada pelas recentes publicações do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas.


Entre as consequências já presentes, estão secas prolongadas, enchentes regulares, incêndios de grandes proporções, ondas severas de frio e calor. O impacto é sentido principalmente pelas pessoas em situação de maior vulnerabilidade. Segundo a ONG Oxfam, o 1% mais rico da população mundial emite o dobro de gases do efeito estufa que a metade mais pobre do planeta.


Diante desse cenário, pode parecer impossível que o cidadão comum consiga diminuir esses impactos. No entanto, é possível tomar atitudes de modo a não somente reduzir os danos, mas também regenerar o meio ambiente. Através de uma maneira diferente de lidar com o consumo e a produção, qualquer pessoa pode gerar mudanças positivas.


“A mudança no nosso modelo econômico (linear) poluidor e excludente para um baseado na circularidade tem sido cada vez mais considerado, e posto em prática, por diferentes atores sociais como empresas, governo e cidadãos”, afirma o Professor Dr. Edson Grandisoli, Coordenador Pedagógico e Embaixador Educacional do Movimento Circular.


Atualmente, o modelo econômico mais conhecido é a Economia Linear, com uma cadeia que se baseia na extração de recursos naturais, produção e descarte de produtos, que se torna cada vez mais insustentável. “Já a Economia Circular propõe um novo olhar para nossa forma de produzir, consumir e descartar, a fim de otimizarmos os recursos do planeta e gerar cada vez menos resíduos”, explica Grandisoli. “Na Economia Circular, uma das metas é manter os materiais por mais tempo em circulação por meio do reaproveitamento, até que nada vire lixo! Para que esse modelo se torne uma realidade, todos nós temos um papel a desempenhar. É um verdadeiro círculo colaborativo, que alimenta a si mesmo, e ajuda a regenerar o planeta e nossas relações”.


A Economia Circular pode ser incentivada por governos, empresas e pessoas comuns. Todos conseguem adotar práticas mais circulares no dia a dia, como dar preferência a produtos vendidos a granel, consertar mais em vez de jogar fora, reutilizar mais os materiais e separar resíduos recicláveis, por exemplo. Para saber como colaborar, acesse o site do Movimento Circular, que tem variados conteúdos sobre o assunto. Conheça também o curso online e gratuito de “Introdução à Economia Circular”, que apresenta alternativas práticas para sua rotina, com diferentes maneiras de melhorar hábitos de consumo, alimentação, transporte e a forma de lidar com os resíduos produzidos.


“As atividades do curso dialogam diretamente com os principais Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU). Quando falamos em economia circular, o ponto central é a criação e adoção de novos processos e comportamentos. A mudança de hábitos de milhares de instituições, pessoas e empresas, em parceria, é capaz de fazer uma grande diferença. O curso traz casos reais de como isso já está sendo feito no mundo e quais os benefícios dessas mudanças para o ambiente e para todos nós”, conclui Edson Grandisoli.