A forte aversão ao risco nos mercados globais, desencadeada pela crise no banco europeu Credit Suisse, fez o dólar fechar em alta frente ao real nesta quarta-feira (16), com investidores buscando a segurança da moeda norte-americana.

O dólar à vista fechou o dia cotado a 5,2944 reais na venda, em alta de 0,70%. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subiu 0,69%, a 5,3085 reais.

O dólar chegou a marcar a máxima de 5,3295 reais (+1,37%) logo após a abertura da sessão, numa forte reação à crise do Credit Suisse, após seu principal controlador descartar a possibilidade de aumento de capital no banco. Ao longo do dia, as cotações se acomodaram um pouco, mas ainda assim a moeda norte-americana se manteve com ganhos firmes ante o real.

“É tudo aversão ao risco. Além dos bancos norte-americanos, temos agora o Credit Suisse complicando o cenário”, comentou o gerente de câmbio da Fair Corretora, Mário Battistel.

Na última semana, os bancos Silicon Valley Bank e Signature Bank dos EUA entraram em colapso, despertando preocupações com o setor em um cenário de juros elevados.

A fuga a ativos de risco fazia o dólar subir também em relação às moedas de países emergentes nesta quarta-feira.

Os receios em torno do sistema bancário global colocaram em segundo plano o noticiário doméstico no Brasil. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que deve conversar na quinta-feira com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre o arcabouço fiscal. Lula quer que o projeto seja definido antes de sua viagem à China, na semana que vem.

Já o Banco Central informou durante a tarde que o Brasil registrou fluxo cambial positivo de 1,283 bilhão de dólares em março até o dia 10. Pela manhã, o BC vendeu 14.400 contratos de swap cambial tradicional, da oferta total de 16.000 contratos, para rolagem dos vencimentos de maio.

Em resumo, o dólar fechou em alta firme frente ao real com a forte aversão ao risco nos mercados globais, desencadeada pela crise no banco europeu Credit Suisse. Os receios em torno do sistema bancário global colocaram em segundo plano o noticiário doméstico no Brasil.