Dólar sobe com medo de crise bancária nos EUA e Europa

O dólar teve forte alta na manhã desta quarta-feira, chegando a flertar com os R$5,33, à medida que investidores fugiram para ativos seguros após temores sobre o Credit Suisse (SIX:CSGN) ressuscitarem medos mais amplos em relação ao setor financeiro internacional na esteira de falências de bancos nos Estados Unidos.

Às 9:39 (horário de Brasília), o dólar à vista avançava 0,74%, a R$5,2965 na venda. No pico do dia, a moeda saltou 1,37%, a R$5,3295, o maior patamar intradiário desde o dia 6 de janeiro, mas moderou ligeiramente os ganhos após dados norte-americanos mais fracos do que o esperado sobre varejo e inflação ao produtor.

Na B3 (BVMF:B3SA3), às 9:39 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,79%, a R$5,3135.

A falência do Silicon Valley Bank e do Signature Bank de Nova York na última semana tem preocupado reguladores e executivos de finanças em todo o mundo, mas as esperanças de efeitos limitados para o resto do sistema financeiro foram reduzidas nesta quarta-feira depois que o maior acionista do Credit Suisse disse que pode não elevar sua participação no banco.

“Investidores operando com muita cautela e vendendo papéis em meio à crise no setor bancário dos EUA”, disse à Reuters Fernando Bergallo, diretor de operações da FB Capital, embora tenha ponderado que acredita se tratar de “um movimento agudo e não crônico”.

Segundo Bergallo, “o mercado deve seguir com ajustes diários na expectativa dos próximos passos do Federal Reserve e do nosso Banco Central”.

Após a falência do SVB, o mercado norte-americano passou a precificar chances maiores de o banco central norte-americano elevar seus juros na próxima semana em apenas 0,25 ponto percentual –e não mais em 0,50 ponto, como vinha sendo esperado. Há também chances consideráveis embutidas nos preços de que o Fed mantenha sua taxa básica inalterada.

No Brasil, a visão geral é de que ainda é cedo para cravar uma alteração na trajetória do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, pelo menos no curto prazo.

Em tese, um cenário de abrandamento do ritmo de aperto monetário do Fed e manutenção de juros altos no Brasil seria positivo para o real, já que a maior diferença de rentabilidade tende a tornar a moeda brasileira atraente para investidores estrangeiros.

No entanto, profissionais do mercado explicam que, se o Fed realmente for menos agressivo daqui para frente, isso sinalizaria que o banco percebe riscos elevados para a economia global, o que provavelmente alimentaria temores de recessão e impulsionaria a busca por ativos seguros, como o dólar.

Com a escalada do dólar, o mercado brasileiro também reagiu negativamente, com o Ibovespa abrindo em baixa nesta quarta-feira. Às 10:05, o índice caía 0,42%, a 102.497,23 pontos, em sessão também marcada pelo vencimento de opções sobre o índice. No mesmo horário, o contrato futuro do Ibovespa com vencimento mais curto, em 12 de abril, recuava 1,46%, a 102.400 pontos.

Os investidores estão preocupados com o possível contágio da crise do setor financeiro internacional, especialmente após as falências do Silicon Valley Bank e do Signature Bank de Nova York na última semana. Esses eventos têm levado os investidores a se desfazer de ativos mais arriscados e buscar refúgio em ativos considerados mais seguros, como o dólar.

Além disso, a incerteza sobre a política de juros do Federal Reserve, o banco central norte-americano, também tem afetado o mercado. Com a falência de bancos importantes, o mercado norte-americano passou a precificar chances maiores de que o Fed eleve seus juros na próxima semana em apenas 0,25 ponto percentual, em vez dos 0,50 pontos esperados anteriormente. No entanto, ainda é cedo para cravar uma alteração na trajetória do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil.

Os profissionais do mercado explicam que, se o Fed realmente for menos agressivo daqui para frente, isso sinalizaria que o banco percebe riscos elevados para a economia global, o que provavelmente alimentaria temores de recessão e impulsionaria a busca por ativos seguros, como o dólar.

No entanto, apesar dos temores no mercado, é importante lembrar que essas oscilações são comuns e fazem parte do mercado financeiro. Investidores que mantêm uma estratégia de longo prazo e diversificação de seus investimentos têm maiores chances de lidar com essas oscilações sem grandes prejuízos.

O mercado financeiro está sempre sujeito a riscos e volatilidade, mas é importante manter a calma e lembrar que essas oscilações fazem parte do jogo. Ter uma estratégia de investimento bem definida e diversificar os investimentos são fundamentais para lidar com a volatilidade do mercado e alcançar os objetivos financeiros de longo prazo.

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