Economia regional: como movimentar ecossistemas?

*Por Diogo Catão, CEO da Dome Ventures — domeventures@nbpress.com

Fortalecer a economia regional é o primeiro passo para alcançar o êxito global. O Brasil é um país gigantesco e de muito potencial. Formado por diferentes regiões, cada uma conta com sua aptidão e vocação natural para movimentar diversos setores que envolvem bens e serviços.

Um exemplo desse fato é que a Fapes (Fundação de Assistência e Previdência Social do BNDES) conta com linhas de crédito específicas para as vocações regionais de cada estado, por meio de recursos da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), que é agregada ao Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovação. Assim, cada agência de fomento, de acordo com sua área, investe nas aptidões regionais. É uma ação importante que melhora a atuação dos empreendedores em cada localidade.

Diversos parques tecnológicos, inclusive, investem nessa linha. O Porto Digital, em Recife (PE), por exemplo, integra duas grandes vertentes: tecnologia da informação e economia criativa.

O grande ponto dessa discussão é favorecer a atuação das empresas, das universidades e do Estado em prol da economia, ou seja, envolver iniciativas para que essa tríplice hélice funcione de forma harmônica. Assim, é possível trabalhar com equilíbrio as relações trabalhistas, a cultura cooperativista, a aprendizagem interativa, a capacidade de potencializar a internacionalização, a atração de recursos, entre outros benefícios, fomentando todo o ecossistema.

É importante sempre ressaltar a existência de instituições atentas às áreas de inovação que estão preparadas para potencializar o desenvolvimento do setor em todo o planeta, como a Anprotec (Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores). Com mais de 300 associados, integra empresas, incubadoras, polos tecnológicos, aceleradoras, instituições de ensino, de pesquisa, órgãos governamentais, entidades ligadas ao empreendedorismo e inovação, entre outros. Sendo assim, ajuda na promoção de capacitações, articulação de políticas públicas e disseminação de conhecimento.

Já em escala mundial, há a IASP (International Association of Science Parks and Areas of Innovation). A entidade atua no segmento impactando 77 países, com mais de 355 membros e mais de 115 mil empresas envolvidas, distribuídas em todo o mundo.

Vale destacar ainda que, no site de ambas as instituições, há monitoramentos com diversos artigos publicados. Muitos discorrem sobre projeções e contextualização do cenário atual, bem como análises do tamanho, comportamento e qualidade dos ecossistemas, com o nível de maturidade de cada um.

Nos próximos anos, espera-se um amadurecimento crescente desses ecossistemas em ambientes de inovação nacional. Para avaliar essa maturidade, o Cerne (Centro de Referência para Apoio a Novos Empreendimentos), uma plataforma que visa promover a melhoria expressiva nos resultados dos ambientes de inovação de diferentes setores de atuação, determina boas práticas a serem adotadas em diversos processos-chave, que estão associados a níveis de maturidade (Cerne 1, Cerne 2, Cerne 3 e Cerne 4) e representam passos em direção à melhoria contínua. O Cerne 4 é quando o ambiente de inovação já está preparado para forte atuação internacional.

A expectativa para os próximos anos está voltada ao crescimento dos ecossistemas de inovação, passando do Cerne 1, estágio inicial, para o Cerne 4. Queremos mais ambientes preparados para a internacionalização. Mas, claro, a curto prazo, a estimativa é que a maioria das companhias chegue ao Cerne 3 de inovação, já demonstrando a consolidação e a evolução do modelo como instrumento de suporte à gestão e estruturação de empreendimentos inovadores, rumo a ultrapassar as fronteiras brasileiras.

*Por Diogo Catão, CEO da Dome Ventures, uma Corporate Venture Builder GovTech que nasceu com o propósito de transformar o futuro das instituições públicas no Brasil — domeventures@nbpress.com

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