Ecoparque no RJ vai dobrar sua capacidade de tratar chorume

A capacidade de tratamento de chorume do Ecoparque São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, será dobrada, chegando a 500 m³ por dia. A ampliação dessa estação que trata o chorume do aterro sanitário dentro do Ecoparque será feita por meio de parceria entre o Grupo Ambiensys – especializado na gestão global de resíduos e no tratamento de efluentes – e a Orizon Valorização de Resíduos, que administra o empreendimento.

Companhia de tratamento e valorização de resíduos, a Orizon VR gerencia doze ecoparques no Brasil. Estes, além de promoverem a destinação final adequada de toneladas de resíduos,  contam com estações de tratamento de efluentes, plantas de captação de biogás com iniciativas de crédito de carbono e tecnologias de reaproveitamento de subprodutos. O Ecoparque localizado em São Gonçalo, no estado do Rio de Janeiro, recebe cerca de 800 mil toneladas anuais de resíduos sólidos urbanos e atende a população de São Gonçalo, Niterói, Maricá e Guapimirim. Juntos, os quatro municípios somam 1,8 milhões de pessoas, equivalente a 11% dos 17 milhões de habitantes do estado do Rio de Janeiro.

O ecoparque de São Gonçalo já possui um módulo da planta para tratamento do chorume, também fruto de parceria anterior da Orizon VR com a Ambiensys, construída em 2019 e com capacidade para tratamento de 250 metros cúbicos [m³] diários. Agora, a capacidade da planta será dobrada com a chegada do segundo módulo, chegando a 500 m³ de chorume tratados por dia. A nova planta deverá ser instalada no município fluminense no fim de 2022.

Para o CEO da Orizon VR, Milton Pilão, o projeto reforça o DNA ESG da empresa, que investe em inovação e tecnologia para proteger o meio ambiente e a saúde das pessoas. “O chorume contamina o solo e os lençóis freáticos em silêncio. Trabalhamos justamente para evitar esse dano, recebendo os resíduos, valorizando o que dele pode ser extraído e tratando esse efluente final, que volta para uso direto nas atividades do ecoparque, como água de reuso”, relata.

O projeto utiliza a tecnologia WEHRLE Direct-RO, sistema de osmose reversa desenvolvido pela empresa alemã Wehrle, que no Brasil é representada pelo Grupo Ambiensys. Essa técnica de osmose reversa promove uma separação física dos contaminantes da água. Dessa forma, grande parte do chorume é convertido em água limpa de reuso para fins não potáveis – limpeza e irrigação, por exemplo – e o restante é reintroduzido no aterro, já que a reinserção dos contaminantes pode melhorar a capacidade de produção de biometano do maciço.

“Além de tudo, trata-se de uma tecnologia compacta e modular. A planta vem da Alemanha em um contêiner e entra em funcionamento em até um mês após a chegada ao Brasil, dispensando grandes esforços de construção civil e de mão de obra”, comenta o diretor da Wehrle do Brasil, William Padilha.

Panorama – Segundo dados da edição de 2021 do Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil, relatório mais atualizado do setor no país, produzido pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública (Abrelpe), mais de 60% dos de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) coletados em 2020 tiveram destinação adequada em aterros sanitários. Ao mesmo tempo, quase 40% foram enviados para lixões e aterros controlados, que não possuem impermeabilização do solo nem tratamento de chorume.

Nesse cenário, iniciativas como as capitaneadas pela Orizon VR e pelo Grupo Ambiensys têm como objetivo aprimorar a estrutura do país quanto ao tratamento de resíduos para que, em breve, a destinação inadequada seja coisa do passado. É importante ressaltar que o chorume pode trazer consequências para todo o ecossistema, afetando, especialmente os recursos hídricos, com reflexos negativos para a saúde da população e para a flora e fauna local. Por isso, o tratamento correto é essencial.