Ah, dinheiro. Aquele assunto que todo mundo ama e odeia ao mesmo tempo, não é mesmo?

E o que acontece quando a grana aperta?

A gente corre para os bancos, faz um empréstimo, usa os cartões como se não houvesse amanhã e se vê em um mar de dívidas. 

Talvez você se reconheça nessa situação, ou conheça alguém que já passou por isso.

E aqui surge a importância da educação financeira.

Ela pode não resolver todos os seus problemas, mas com certeza pode te ajudar a evitar muitos deles.

Vem entender mais sobre o assunto.

Imagem: wayhomestudio no Freepik

O que é educação financeira e por que ela é importante?

A educação financeira é uma espécie de mapa, um guia para navegar pelas águas, por vezes, tumultuadas do mundo das finanças pessoais.

Imagine que você tem um carro, mas não tem ideia de como dirigi-lo. Inútil, certo?

O mesmo acontece com o dinheiro. Sem o conhecimento adequado, ele pode acabar se tornando um fardo ao invés de uma ferramenta útil.

Em sua essência, a educação financeira refere-se à capacidade de compreender e usar diversos conceitos financeiros.

Desde a simples tarefa de gerenciar o próprio salário até o entendimento sobre investimentos, juros e créditos.

Mas não se trata apenas de números e contas.

Ela engloba também a compreensão das consequências de suas decisões financeiras, ajudando você a tomar escolhas mais informadas e, consequentemente, mais benéficas.

Agora, por que ela é tão crucial?

Bem, num mundo onde as oportunidades de consumo são constantes e os mais variados métodos de pagamento tornam a compra quase instantânea.

Assim, saber gerenciar seus recursos torna-se vital.

A falta de educação financeira pode levar a dívidas, estresse e, em casos mais graves, a problemas como nome sujo no mercado.

Por outro lado, com a educação financeira, você se empodera.

Torna-se capaz de estabelecer e alcançar metas financeiras, compreender melhor as oportunidades de investimento.

E, acima de tudo, conquistar a tão sonhada liberdade financeira.

E, acredite, isso não tem a ver apenas com ter muito dinheiro, mas sim com ter controle sobre ele.

Até famílias com grandes fortunas perdem seu patrimônio por conta da falta de conhecimento financeiro, principalmente sem uma holding familiar.

Compreendendo os princípios básicos das finanças e aplicando-os em sua vida, você estará pavimentando um caminho mais estável e seguro para seu futuro financeiro.

E, convenhamos, quem não quer ter um futuro tranquilo, sem aquela dor de cabeça causada por contas acumuladas?

Qual é o cenário atual da educação financeira no Brasil?

Em uma pesquisa mundial realizada pela S&P Ratings Services lá em 2014, o Brasil, nossa terrinha querida, ficou na 74ª colocação entre 144 países em termos de educação financeira.

Acertamos somente 35% de um teste sobre quatro conceitos básicos: aritmética, diversificação de risco, inflação e juros compostos.

Em comparação, a média global foi de 33%, enquanto os campeões da lista, Noruega, Dinamarca e Suécia, cravaram 71%.

Esse panorama não é apenas um número em uma página de estudo.

Ele tem repercussões palpáveis e se manifesta em indicadores que afetam o bolso e o bem-estar dos brasileiros. 

Conforme a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), feita pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), 69,7% das famílias brasileiras estavam endividadas em agosto de 2021.

Isso é o maior nível desde 2010! E não para por aí: 26,7% destas famílias tinham contas atrasadas, o maior índice desde dezembro de 2017.

E tem mais: aquela velha prática de guardar dinheiro debaixo do colchão ou em algum lugar seguro?

Pois é, parece que estamos deixando isso de lado. Uma pesquisa de 2020 da Acordo Certo mostrou que 73% de nós não consegue economizar nem um centavinho.

E, para quem consegue guardar algum dinheiro, a maioria (56%) ainda aposta na caderneta de poupança.

Sim, aquela que, segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), é um dos investimentos menos rentáveis por aqui.

Muitos de nós ainda se confundem quando o assunto são investimentos.

Títulos de capitalização e consórcios, por exemplo, acabam entrando na roda de conversa, mas a verdade é que a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nem os considera como investimentos.

Mas por que estamos assim?

Bom, os motivos são muitos e vão desde a falta de cultura financeira – já percebeu que, às vezes, a gente trata dinheiro como um tabu? 

Até a ausência de informação nas escolas e em casa.

E, claro, tem também o impulso de comprar na hora, sem pensar duas vezes, e a dificuldade de encontrar produtos financeiros.

Que, de fato, conversem com as nossas necessidades.

Esse cenário é um desafio, mas também uma oportunidade para transformar nossos hábitos e nosso futuro financeiro. Vamos nessa?

Como aplicar a educação financeira na prática?

Quando se fala de educação financeira, é fácil visualizar pilhas de livros sobre economia, gráficos e planilhas.

Mas, na real, tudo começa com mudanças simples e atitudes cotidianas.

Se você está se perguntando por onde começar, não se preocupe!

Vamos te guiar por etapas para que sua relação com o dinheiro se torne mais saudável e proveitosa.

Fazer um diagnóstico financeiro

Antes de tudo, é preciso saber onde você está.

Reúna extratos, faturas, comprovantes e faça um raio-x da sua situação financeira. Quanto você ganha, quanto você gasta e, especialmente, quanto e onde está devendo.

Este é o momento de enfrentar a realidade, por mais que às vezes possa ser desconfortável.

Elaborar um orçamento

Agora que você tem em mãos o cenário atual, é hora de projetar os próximos meses.

Liste suas fontes de renda e suas despesas fixas e variáveis. Ah, e sempre tenha uma margem para imprevistos; eles acontecem!

Definir metas

Quer viajar? Trocar de carro? Comprar uma casa? Ou simplesmente dormir tranquilo sabendo que, se algo acontecer, você tem uma reserva?

Defina metas claras e tangíveis. Elas serão seu norte e sua motivação para seguir com o plano.

Escolher as melhores opções de poupança e investimento

Não adianta só guardar dinheiro. É preciso fazê-lo crescer!

Para isso, é fundamental conhecer as opções disponíveis, desde a tradicional caderneta de poupança até investimentos mais sofisticados.

Lembre-se de considerar seu perfil de investidor, se é mais conservador ou mais arrojado.

Controlar os gastos

Parece óbvio, mas é aqui que muitos de nós deslizamos. Controle não significa cortar tudo, mas sim saber onde e como gastar.

Avalie seus métodos de pagamento, como cartões e pix, e veja se eles não estão facilitando compras por impulso.

Renegociar as dívidas

Se você identificou dívidas no diagnóstico financeiro, este é o momento de encará-las. 

Procure seus credores, renegocie juros, prazos e valores. Muitas vezes, com uma boa conversa, é possível encontrar uma solução que caiba no bolso e tire esse peso das costas.

Busque conhecimento

Não é preciso ser um expert, mas ter alguma noção de como a economia funciona ajuda (e muito!).

Por exemplo, você já ouviu falar do cadastro positivo?

É uma forma das instituições financeiras avaliarem seu histórico de pagamentos, podendo te beneficiar com créditos e juros mais baixos.

É essencial que você saiba que educação financeira é uma jornada, não um destino. À medida que sua vida muda, suas finanças também mudam.

Portanto, revise, ajuste e continue aprendendo. Afinal, o objetivo final é ter paz de espírito e segurança para aproveitar o melhor da vida!

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