Energia solar vinda do espaço: como funciona o novo sistema que ainda está em fase de testes?

Foi ao espaço recentemente o primeiro satélite de testes dotado de mecanismos de captação de energia solar e envio de energia elétrica sem fio à Terra. O projeto idealizado e desenvolvido pelo Instituto de Tecnologia da Califórnia é chamado de SSPP (Space Solar Power Project, ou Projeto Espacial de Energia Solar).

O objetivo do projeto é desenvolver fazendas de captação de energia solar no espaço com baixa emissão de poluentes e alta eficiência para transmitir energia elétrica para qualquer lugar do globo, especialmente para localidades com produção insuficiente ou não confiável.

Como funciona o sistema

Os painéis solares, aqui na Terra, conseguem gerar energia elétrica através de um fenômeno chamado efeito fotovoltaico. Esse efeito foi observado e detalhado em 1839 por um físico francês chamado Alexandre-Edmond Becquerel. O efeito é observado quando um fóton de luz (proveniente do sol) atinge a placa de silício; a incidência do fóton cria uma diferença de potencial, e essa diferença gera uma tensão elétrica e, por consequência, uma corrente elétrica.

A desvantagem é que a luz solar é filtrada pela atmosfera, além de haver a presença de nuvens que impedem que ela chegue com toda a sua claridade. Isso faz com que a perda de eficiência seja bem alta e seja necessária uma grande área de painéis para gerar energia suficiente para abastecer casas, fábricas ou mesmo iluminação pública. No caso do sistema espacial, a história já é diferente. Como não há atmosfera nem nuvens cobrindo os painéis em órbita, é garantido que cada centímetro quadrado recebe 100% da incidência solar e gere, com menos metragem, mais energia que seus parceiros terrestres. A previsão é que cada conjunto seja capaz de gerar a mesma quantidade de energia que uma usina nuclear.

O desafio da transmissão

O SSPD ainda não é um sistema de captação de energia solar pleno, e sim uma plataforma de teste de todos os sistemas envolvidos para que seja viabilizada a ideia de uma fazenda espacial.

Dentre os sistemas lançados, estão os painéis, que serão monitorados para se saber quanta energia eles podem captar e qual o tempo de vida útil de cada placa. Existe outro sistema com 22 tipos diferentes de baterias de armazenamento e estações de transformação para se descobrir qual destes modelos é o mais eficiente – esse teste deve durar cerca de 6 meses.

E, por fim, o sistema de transmissão de energia. Esse sistema converte a energia elétrica gerada pelos painéis em ondas de rádio transmitidas por micro-ondas para a Terra, que será captada por antenas que fazem a conversão da onda de rádio de volta em energia elétrica. Por enquanto, esse é o maior desafio que envolve diversos testes para se chegar à conclusão de quanta energia é perdida nas conversões e a precisão do feixe enviado à Terra. Caso esses testes sejam bem-sucedidos, aí sim o programa passará para a próxima fase de produção em pequena escala para testes mais aprofundados de confiabilidade. Diversas empresas do mundo já estão planejando parcerias e financiamento de energia solar espacial como o próximo passo na corrida para produção energética sustentável de energia, que promete reduzir drasticamente a pegada de carbono e efeitos colaterais que os outros métodos mais antiquados causam.

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