ESG: Como fazer boas escolhas e se destacar no mercado

O debate em torno de práticas de Governança Ambiental, Social e Corporativa (ESG) tem se fortalecido, com profissionais e empresas buscando diferentes formas de atender às demandas por sustentabilidade e ética nos negócios. Entretanto, há aqueles que vendem-se como sustentáveis sem realmente o serem. O ato de omitir informações sobre seus produtos e serviços para parecer sustentável, conhecido como greenwashing, pode prejudicar a reputação de uma empresa ou profissional. Como, então, evitá-la?

Em qualquer área, um bom profissional é aquele que leva em consideração as diferentes consequências que uma ação pode gerar. Contudo, para um profissional da área de ESG, a racionalização das decisões é ainda mais importante, considerando a responsabilidade por minimizar impactos sociais e ambientais da empresa, além de assegurar boas práticas corporativas. “Se alguém decide fazer algo apenas por pressão do mercado ou porque os outros estão fazendo, então a decisão é emocional. O que um profissional de ESG precisa é analisar de forma ampla os diferentes desdobramentos de uma escolha, garantindo que as pessoas da empresa, o meio ambiente e a sociedade no entorno sejam verdadeiramente beneficiados”, defende Uranio Bonoldi, especialista em tomada de decisão.

O escritor pondera que a prática de greenwashing pode não vir apenas por oportunismo, mas por uma ação impensada movida pelo ímpeto de se manter nos negócios: “A pressa de ganhar ou preservar mercado é responsável por inúmeras más decisões. O enfrentamento à concorrência, a cobrança da chefia por performance, todas essas coisas geram reações emocionais”. Em seu livro “Decisões de alto impacto – Como decidir com mais consciência e segurança na carreira e nos negócios”, o escritor afirma que escolhas importantes devem ser feitas apoiadas na racionalidade, balizadas por valores éticos pessoais e institucionais. “Devemos parar, respirar e pensar sobre alternativas que não nos deixem vulneráveis e sujeitos a experienciar maus resultados mais à frente, – o que significa avaliar, segundo a verdadeira vocação da empresa, em que estágio ela está e o que pode ser feito para que ela melhore seus resultados em ESG, por exemplo, avaliando riscos segundo as alternativas possíveis”, diz.

Segundo o autor, um bom profissional de ESG precisa ter muito bem definido quais são os valores corporativos e seus valores pessoais, para que o trabalho seja norteado a partir desse alinhamento. “E por isso autoconhecimento é parte da preparação para se decidir bem. Nossas escolhas devem estar baseadas na nossa própria essência e não na dos outros”, afirma. E complementarmente, esses valores devem estar em consonância com os da empresa. “Se os seus valores e os da organização não estão sintonizados com metas ou outras exigências estratégicas, o que, portanto, equivale a dizer que o que a empresa prega está alinhado com o que ela executa como estratégia, é melhor você mudar de empresa em vez de deixar que a empresa mude você”, finaliza. 

Sobre o autor: 

Uranio Bonoldi é palestrante e especialista em negócios e tomada de decisão, é professor do Executive MBA da Fundação Dom Cabral, onde leciona sobre “Poder e Tomada de Decisão”. Educado pelo método Waldorf, sua graduação e em seguida a pós-graduação em administração de empresas foi feita na FGV-SP. Atuou em grandes empresas como diretor e CEO.