Estudo apresenta tecnologia que pode retornar o movimento de paraplégicos

A tecnologia tem ajudado a humanidade a conquistar maravilhas, como a ida à lua, realizada em 20 de junho de 1969, que, apesar de ser amplamente questionada, os avanços tecnológicos para a humanidade estão presentes até hoje. Mas voltando para a humanidade, ela também pode ajudar paraplégicos a caminhar novamente.

Em fevereiro de 2022, um estudo foi publicado na revista Nature Medicine, pelo Instituto Federal Suiço de Tecnologia, em Lausanne, pelo neurocientista Grégoire Courtine e pela cirurgiã Jocelyne Bloch, que poderia devolver os movimentos de pessoas que tiveram alguma lesão na medula e não conseguem se movimentar.

O estudo vem sendo realizado desde 2014, e selecionou três voluntários paraplégicos da região da Suíça. Foram implantados cerca de 18 eletrodos na medula espinhal dos pacientes, sendo que essa tecnologia funciona também com uma inteligência artificial, que cria uma “ponte” de comunicação entre o cérebro e a coluna.

Essa região é ideal para a implantação desses eletrodos, justamente por ser uma área que coordena vários movimentos do corpo humano. Esses dispositivos emitem sinais elétricos sincronizados, cumprindo o papel dos neurônios presentes ao longo da medula, ativando os músculos do tronco e das pernas.

Com a operação de somente quatro horas realizada, os pacientes começaram a receber estímulos elétricos nas regiões afetadas, e com isso, puderam começar a caminhar em somente um dia, e depois de seis meses de sessões de fisioterapia, para recuperar a massa muscular, foram capazes de nadar, pedalar e até mesmo praticar canoagem.

Os três homens selecionados para este estudo tinham a idade, respectivamente, de 29, 32 e 41 anos, e todos não haviam perdido somente o movimento das pernas, mas também toda a sensibilidade na região após a lesão na medula espinhal.

A tecnologia é totalmente controlada por um tablet sensível ao toque; entretanto, os movimentos ainda não são inteiramente naturais, sendo alguns bastante semelhantes a um robô, mas já é um avanço considerável.

O neurocirurgião George Courtine ainda relembra que essa tecnologia não é um milagre imediato, e que ainda precisa de muito trabalho pela frente para ser algo realmente efetivo. Até mesmo pelo fato de que os estímulos elétricos não podem ser mantidos de forma permanente no corpo do paciente, por causa de um esgotamento do seu organismo. Entretanto, essa tecnologia ainda tem o potencial de revolucionar praticamente toda a medicina, mudando até mesmo a forma de ensino de cursos com a faculdade de fisioterapia e outras áreas relacionadas à saúde. Porém ainda é um trabalho em progresso.

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