Um novo estudo publicado na revista Nature Geoscience levanta a possibilidade intrigante de que a Terra poderia ter sido um planeta coberto por água em sua juventude, desafiando as teorias convencionais sobre a formação e evolução do nosso lar cósmico.
Pesquisadores da Universidade de Cambridge e do Instituto de Ciência Weizmann, em Israel, analisaram minerais que se formaram no manto terrestre e descobriram evidências surpreendentes que sugerem que a água pode ter sido uma componente muito mais significativa durante a formação inicial da Terra do que se pensava anteriormente.
Segundo os cientistas, a presença de minerais hidratados, como serpentinas, em rochas provenientes do manto profundo, indica que a água pode ter desempenhado um papel crucial na formação do planeta. Esses minerais só podem se formar na presença de água, sugerindo que a Terra primitiva pode ter sido dominada por oceanos muito antes do que se acreditava.
Os resultados desse estudo desafiam a visão predominante de que a Terra se formou através de um processo de acreção a partir de material rochoso seco e só depois foi bombardeada por asteroides ricos em água. Em vez disso, os pesquisadores sugerem que a água pode ter estado presente desde o início, influenciando profundamente a evolução inicial do nosso planeta.
Essa nova compreensão da história da Terra tem implicações significativas para a nossa compreensão da vida no planeta. Se a Terra foi um planeta coberto por água em sua juventude, isso pode ter fornecido condições ideais para o surgimento da vida, uma vez que a água é um ingrediente fundamental para a existência de organismos vivos.
Além disso, essa descoberta pode ter implicações para a busca por vida em outros planetas. Se a água estava presente desde o início da formação da Terra, isso sugere que outros planetas rochosos em sistemas estelares distantes também podem ter começado suas vidas como planetas cobertos por água, aumentando as chances de que a água – e potencialmente a vida – possa ser comum no universo.
Embora essa teoria ainda precise ser confirmada por mais pesquisas e análises, ela representa um passo significativo no entendimento da história e evolução do nosso planeta. O estudo nos lembra da importância de questionar as suposições existentes e estar aberto a novas ideias e descobertas que desafiam nossa compreensão do cosmos e nosso lugar nele.
