Europa dobra o número de empresas com metas climáticas e lidera ações contra o aquecimento global, revela pesquisa da Oliver Wyman

Total de companhias alinhadas ao Acordo de Paris chega a 24% em 2021, ante 13% no ano anterior; na América do Norte, índice é de 19% e, no resto do mundo, 12%, de acordo com pesquisa feita em parceria com o Carbon Disclosure Project (CDP)

O número de empresas europeias com metas climáticas cresceu 85% entre 2020 e 2021, com um salto de 13% para 24% do total, segundo pesquisa da Oliver Wyman em parceria com o Carbon Disclosure Project (CDP), lançada este mês. Realizado com mais de 1.228 companhias, para avaliar suas ações pelo clima, o estudo revelou, contudo, que somente 16% das companhias estão comprometidas com o objetivo mais ambicioso do Acordo de Paris: limitar em 1,5ºC o aquecimento global.


O setor privado na Europa está na vanguarda da luta contra mudanças climáticas, uma vez que o percentual de empresas com metas para reduzir a emissão de gases do efeito estufa é de 12%, em média, ao redor do mundo — na América do Norte, chega a 19%. O estudo, chamado Now for Nature: The Decade of Delivery, leva em consideração dados de Science-Based Targets (SBT).

Água e Florestas

O relatório faz um alerta de que as empresas estão deixando seus impactos ambientais mais amplos serem reconhecidos, mas os riscos provocados pelos negócios na água e nas florestas não estão recebendo a mesma atenção. A maior parte (74%) do mercado europeu se baseia na atividade de 13 mil companhias, das quais 2,4 mil se encontram na zona do euro.
 

Se todas as empresas europeias assumissem o compromisso para limitar o aquecimento global em 1,5ºC, impediriam a emissão de 300 a 450 milhões de toneladas de CO2 por ano, o equivalente à poluição da França e Noruega juntas, de acordo com a pesquisa. As melhores companhias emitem de 60% a 80% menos poluentes do que a média em seus setores de atuação.
 

Em questões como o desmatamento, por exemplo, o estudo revela que menos de um quarto das empresas em países europeus com alto risco florestal têm um compromisso de desmatamento zero e menos da metade daqueles que produzem soja, óleo de palma, carne bovina e cacau têm sistemas de rastreabilidade que garantam a sustentabilidade na produção agrícola.
 

O setor financeiro, nesse contexto, ampliou seu portfólio de empresas comprometidas com a redução de emissões de carbono em 50%, chegando a 44% do total de clientes, de acordo com a Aliança Financeira de Glasgow para o Carbono Neutro (GFANZ, na sigla em inglês), estabelecido na COP26 e que representa 87% do balanço dos 50 maiores bancos europeus.
 

Confira aqui o relatório completo Now for Nature: The Decade of Delivery

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