Gestão pública efetiva demanda planejamento estratégico 

Em alguns dias, escolheremos aqueles que ocuparão as cadeiras dos Poderes Executivo e Legislativo, tanto a nível nacional quanto estadual, pelos próximos quatro e oito anos, no caso dos senadores, representando os estados e os cidadãos. A época de eleições é um bom momento para nos lembrarmos da necessidade dos agentes públicos de pensar em planejamento estratégico a longo prazo, independentemente do tempo de mandato e dos partidos políticos dos quais fazem parte. 

É até curioso observar que, mais uma vez, nenhum candidato, seja a presidente, governador, senador ou deputado – federal e estadual –, fala ou escreve sobre planejar estrategicamente o país, estados e cidades brasileiras, considerando as diferentes temáticas públicas, como saúde, educação, segurança, meio ambiente, transporte, agricultura, cultura, esportes, habitação, lazer e turismo, para citar algumas.  

Isso acontece porque nossa cultura é muito ligada ao curto prazo, a soluções rápidas e parciais, de acordo com interesses. É assim na vida dos próprios cidadãos, na vivência pessoal, profissional e familiar. Mas sob a ótica da ciência da Administração Pública moderna, os países, estados e municípios devem ser divididos a partir das funções ou temáticas públicas, que precisam ser integradas e planejadas por muito mais do que quatro anos. 

Esse tipo de planejamento se volta a formalizar os objetivos ou alvos futuros, qualificados e quantificados, dos entes federativos para mais de 10 anos, sendo necessário integrar as estratégias de cada temática pública aos planos de ações ou programas governamentais.  

Importante ressaltar que não se pode confundir planejamento estratégico com o plano de governo, tampouco com o plano diretor. O primeiro se refere ao conjunto de intenções de um candidato, partido político ou grupos de interesses para os próximos quatro anos, focando, na maioria das vezes, no plano plurianual, que enfatiza o orçamento público. O segundo, por sua vez, prioriza as áreas físicas, por assim dizer, dos municípios, nem sempre observando o longo prazo e muito menos contemplando questões ambientais, sociais, culturais, etc. 

Isto posto, faz-se urgente romper com a prática cultural brasileira de não pensar estrategicamente nosso futuro. Aos representantes do povo, fica a recomendação de que construam seus mandatos de forma estratégica, integrada e participativa para que se possa ter uma gestão efetiva, que impacte positivamente na qualidade de vida de nós cidadãos.  

* Denis Alcides Rezende é pós-doutor em Administração Pública e professor do Programa de Pós-Graduação em Gestão Urbana (PPGTU) da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).

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