Governos aderem à campanha pelo fim de novos contratos de carvão

Compromisso vem após decisão chinesa de encerrar financiamento ao carvão – medida pode liberar até US$130 bi para renováveis

O Presidente do Sri Lanka, Gotabaya Rajapaksa, e o Secretário Geral da ONU, Antonio Guterres, lançaram um apelo para que não sejam fechados novos acordos relacionados ao carvão. Chile, Montenegro, Dinamarca, França, Reino Unido e Alemanha também assinam o compromisso intitulado “No new coal power compact” e convidam todos os países a aderir à campanha antes da COP26.

O anúncio chega após o apelo de mais de 200 organizações da sociedade civil para que recursos públicos não sejam mais usados em projetos para esse combustível fóssil e segue a decisão da China de encerrar o financiamento ao carvão no exterior.

A promessa foi feita pelo Presidente chinês Xi Jinping na Assembleia Geral das Nações Unidas na última terça-feira. A notícia foi acompanhada por um anúncio do Banco da China de que não forneceria mais financiamento para novas usinas de carvão e projetos de mineração de carvão fora do país. A determinação entra em vigor a partir de hoje, 1º de outubro de 2021.

Como o país é o maior financiador de usinas elétricas a carvão do mundo, o anúncio obviamente tem enormes implicações para projetos em andamento e que serão potencialmente deixados sem apoio financeiro.

Um levantamento do Global Energy Monitor sobre as prováveis implicações do anúncio chinês concluiu que a decisão terá impacto sobre 44 usinas de carvão, totalizando 42.220 megawatts (MW) de capacidade em 20 países na Ásia, África, América do Sul e Europa. No Brasil, o projeto listado entre aqueles que recebem financiamento chinês atualmente é a Usina Pedras Altas, no Rio Grande do Sul, mais conhecida aqui como Usina Termelétrica Ouro Negro.

O cancelamento dos projetos de carvão financiado pelos chineses evitaria 8.000 milhões de toneladas de emissões de CO2 ao longo da vida útil das 44 plantas. Ainda segundo o estudo, a decisão resultaria em uma economia de mais de US$130 bilhões, que podem ser redirecionados para a energia renovável.

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