Ibovespa perde relevância com quebra do SVB e mercado mira Copom

O Ibovespa (IBOV) iniciou o pregão desta terça-feira (14) sem grandes expectativas pela inflação ao consumidor nos Estados Unidos (CPI), que saiu às 9h30. Até ontem, o dado era tido como decisivo para calibrar as apostas quanto ao aumento na taxa de juros pelo Federal Reserve na semana que vem. Porém, com a quebra do SVB, os mercados estão convictos de que o Fed não irá acelerar o passo. Agora, a chance de alta de 0,25 ponto percentual é de 76%, com o restante (24%) indicando até a possibilidade de nenhum aperto neste mês.

A reviravolta provocada pelo colapso no Vale do Silício não apenas anulou a chance de aceleração no ritmo de aumento, para 0,50 pp. Mais que isso, os investidores agora já dão como certa uma pausa no ciclo de aperto monetário pelo Fed em breve. A ação rápida e firme do Fed ao mesmo tempo em que trouxe alívio, mostrou a gravidade da situação, com os fantasmas da crise financeira de 2008 voltando a assustar. Assim, o impacto sobre o crédito e o risco de recessão nos EUA devem interromper a luta contra a alta dos preços.

Com isso, o impacto do CPI hoje perde relevância. Ainda assim, os preços ao consumidor norte-americano mostraram aumento em um ritmo sólido em fevereiro, devido aos custos com habitação.

O foco da bolsa brasileira se desloca para as chances de cortes na taxa Selic. Isso porque a esperança lá fora em relação ao Fed também afetou as expectativas por aqui em relação ao Comitê de Política Monetária (Copom). Até então, a possibilidade de queda no juro básico estava condicionada ao novo arcabouço fiscal, que substituirá a regra do teto de gastos. Agora, a equipe econômica liderada por Fernando Haddad (Fazenda) recebe uma ‘ajudinha’ do Fed.

O presidente Lula deve receber a proposta ainda nesta semana, abrindo caminho para uma mudança de postura por parte do Copom. Embora a expectativa para a reunião da semana que vem seja de manutenção da Selic em 13,75%, o mercado já acredita que o Banco Central usará o comunicado e a ata para sinalizar o início dos cortes em breve.

Confira o desempenho dos mercados globais por volta das 7h50:

EUA: o futuro do Dow Jones subia 0,43%; o do S&P 500 avançava 0,44% e o Nasdaq tinha alta de 0,35%; NY: o Ibovespa em dólar (EWZ) crescia 0,56% no pré-mercado; entre os ADRs, os da Vale ganhavam 1,49%, enquanto os da Petrobras caíam 0,29%; Europa: o índice pan-europeu Stoxx 600 tinha alta de 0,21%; a bolsa de Frankfurt subia 0,51%, a de Paris

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