Imazon mostra que desmatamento na Amazônia em 2022 foi o maior dos últimos 15 anos

Em 2022, a Amazônia perdeu 10.573 km² de floresta, o equivalente a 3 mil campos de futebol por dia. Infelizmente, o desmatamento é um tema recorrente quando falamos da maior reserva natural do mundo.

Trata-se da maior destruição registrada nos 15 anos de levantamento por satélite, feito pelo instituto Imazon. 

De acordo com a pesquisa, foi mostrado que nos quatro anos de governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, foram desmatados 35.193 km², uma área que é considerada superior à de todo o estado de Alagoas, e 150% maior do que a devastada nos quatro anos anteriores. 

No último mês do governo Bolsonaro, em dezembro, houve a maior alta do ano na derrubada, com perda florestal de 287 km², um aumento muito considerável, de cerca de 105% ao mesmo mês de 2021. 

De acordo com o coordenador do Programa de Monitoramento da Amazônia do Imazon, Carlos Souza Jr., no último mês de 2022 houve uma corrida desenfreada para desmatar. 

Por exemplo, se fosse para fazer uma espécie de teste de estanqueidade para medir o nível de avanço de desmatamento na Amazônia, certamente, os números iriam surpreendê-lo negativamente, afinal, as dimensões de áreas desmatadas são consideravelmente altas. 

Os responsáveis pelo desmatamento aproveitaram as brechas, e aumentaram a produtividade em garimpos ilegais e, também, aumentou o nível de desmatamento em terras indígenas e unidades de conservação. 

Consequentemente, podemos notar que o próximo governo terá que lidar com uma série de dificuldades em relação à preservação da Amazônia. 

Em outras palavras, é certo dizer que o governo Lula deverá atuar como se fosse uma empresa de topografia, realizando um mapeamento em todas as áreas da Amazônia, localizando e atuando com medidas para acabar com o desmatamento. 

O estado que mais desmatou em 2022 foi o Pará, com 37% do total, seguido pelo Amazonas, com 24%, e Mato Grosso, 15%. 

Indicado como sede da COP 30, a conferência climáticas das Nações Unidas, em 2025, o Pará mais que quintuplicou o desmatamento a partir de 2017. 

Em 2017, foram desmatados 528 km². Nos anos seguintes, o desmatamento foi crescente, de 1.378 km² em 2018, superando os 2.000 km² dos anos seguintes e, em 2021 e 2022, ficou acima de 3.000 km². 

Desde 2018 até o ano de 2022, foram destruídos 12.579 km² de florestas no estado. No total da Amazônia, 80% das áreas que foram desmatadas em 2022, pertenciam aos órgãos federais. 

Contudo, os números mostram que os governos estaduais permitiram que a devastação se alastrasse. 

Ou seja, assuntos relacionados à preservação da Amazônia, e até mesmo outros temas importantes, como sustentabilidade e licenciamento ambiental, por exemplo, foram temas que, provavelmente, não foram tratados com a devida seriedade no governo Bolsonaro. 

Nos territórios estaduais, por exemplo, em 2022 houve um aumento de 11% no desmatamento em relação a 2021. 

De acordo com o Imazon, o caso mais grave em 2022 foi o do Amazonas, onde o desmatamento alcançou o Sul do estado, numa área que faz divisa com Acre e Rondônia. No local, é formado um novo polo de produção agropecuária. 

É justamente nessa área que fica Apuí, o município que mais desmatou em toda a Amazônia em 2022, com destruição de 586 km². 

Números já apontavam uma destruição

De acordo com os especialistas no assunto, os recordes mensais observados já apontavam uma gigantesca destruição florestal, que por sua vez, avançou para áreas que antes estavam mais distantes do chamado Arco do Desmatamento. 

Embora exista uma série de ações sustentáveis e que também atuam com a preservação da natureza e compensação ambiental, ainda há muitos obstáculos que precisam ser derrubados pelo governo Lula, com o intuito de ter uma abertura melhor para aplicar medidas sustentáveis. 

O cenário é tão preocupante, que o desmatamento já se aproximou de áreas protegidas. No norte do estado do Pará, por exemplo, há indícios de desmatamento próximo ao bloco de áreas protegidas. 

Neste bloco, encontra-se a Floresta Estadual do Paru, que abriga a maior árvore da América Latina e a quarta maior do mundo. 

Trata-se de um angelim-vermelho, que possui cerca de 400 anos de idade, medindo 88,5 metros de altura e quase 10 metros de circunferência. O tamanho da árvore equivale a um prédio de 30 andares. 

Após a eleição presidencial, notou-se uma aceleração em relação ao desmatamento. Dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), mostraram um aumento de 150% no desmatamento da região em dezembro de 2022. 

Sobre o novo governo, espera-se que as medidas anunciadas sejam efetivas, de modo que o desmatamento seja contido. 

Outras questões também estão com grandes expectativas, como uma análise de água mais minuciosa para comunidades carentes, que não possui acesso a uma água de qualidade. 

Há uma grande expectativa para a volta da demarcação de terras indígenas, a reestruturação dos órgãos de fiscalização e incentivos para geração de renda na Amazônia. Todos estes aspectos, naturalmente, contribuem para que a maior reserva natural do mundo permaneça de pé. 

A tecnologia, por sua vez, vem atuando fortemente para mapear os novos riscos existentes na floresta, além de fazer parte também no cadastro ambiental rural e outros setores ambientais. 

O instituto, em parceria com a Microsoft e Fundo Vale, lançou uma plataforma de inteligência artificial que aponta as áreas com os maiores riscos de desmatamento, o que acaba auxiliando na prevenção. 

Logo, isso nos leva a procurar entender como a tecnologia vem desempenhando um papel importante para a preservação ambiental, além de contribuir para outras questões, como nos processos presentes na agricultura de precisão, por exemplo. 

A relação entre tecnologia e sustentabilidade

Como você provavelmente deve saber, a tecnologia ambiental proporciona uma série de soluções, com o objetivo de contribuir para o equilíbrio do ecossistema de várias maneiras diferentes. 

Abaixo, elencamos as principais vantagens que a tecnologia pode proporcionar para o meio ambiente. São eles:

  • Diminui as emissões de poluentes;
  • Reduz o consumo de energia;
  • Recupera subprodutos valiosos;
  • Minimiza os problemas de eliminação de resíduos;
  • Viabiliza o alcance da ecoeficiência nas companhias;
  • Facilita a construção de sistemas de gestão ambiental;
  • Torna os processos de produção mais limpos. 

Ou seja, é perceptível que são várias as vantagens que o uso da tecnologia ambiental é capaz de proporcionar. 

Quais as tecnologias sustentáveis?

Atualmente, a tecnologia ambiental é um tema que vem sendo discutido frequentemente, afinal, ela está tão presente no ambiente, quanto na coleta de resíduos químicos

Sabendo disso, separamos algumas tecnologias inovadoras que prometem ser ainda mais fortes nos próximos anos. Conheça-as:

Tecnologia energética solar

Bem presente em países como Brasil, a luz do sol pode ser convertida em energia elétrica e térmica, através da instalação de placas com células fotovoltaicas em residências e empresas. 

Equipadas com materiais semicondutores, a exemplo do silício, as placas são capazes de captar a luz solar, agitando elétrons e levando-os até um campo elétrico, o que possibilita a geração de eletricidade. 

Dentre as vantagens do uso dessa tecnologia, estão a substituição de combustíveis fósseis e a redução na conta de energia elétrica que são fornecidas por concessionárias. 

Bioinseticidas

Forjados a partir de técnicas que empregam organismos, como bactérias, fungos e vírus, para o controle de pragas que danificam as plantações. 

Diferente dos inseticidas tradicionais, com substâncias químicas, os biológicos não prejudicam outros seres vivos, somente os insetos que combatem. 

Por isso, trata-se de uma solução interessante para banir agrotóxicos e seus efeitos adversos para a saúde humana, e de outras espécies. 

Os bioinseticidas ainda são considerados como novidade, contudo, instituições como a Embrapa têm desenvolvido soluções promissoras, como o item a base de Bacillus thuringiensis, que combate 5 tipos de insetos, auxiliando na preservação das lavouras de algodão, milho e soja. 

Carros elétricos e híbridos

Além dos biocombustíveis, uma alternativa para diminuir a poluição e emissão de CO2 na atmosfera é a troca de motores que funcionam à base da combustão, pelos elétricos. 

O motor elétrico, por sua vez, vem ganhando cada vez mais espaço no mundo, incluindo o Brasil. Entretanto, os preços ainda são muito inacessíveis para a grande maioria das pessoas. 

Visando contribuir com a sustentabilidade, as montadoras criaram modelos híbridos, que aceitam eletricidade ou gasolina e custam menos para o consumidor final. Hoje, algumas das grandes marcas automotivas já comercializam modelos híbridos em território nacional. 

Conclusão

Neste artigo, procuramos reunir as principais informações em relação ao desmatamento presente na Amazônia, visando a forma que o novo governo irá atuar para combater esse mal. 

Além disso, vemos, também, como a tecnologia vem se tornando cada vez mais presente no combate do desmatamento, sobretudo, na promoção do bem geral do meio ambiente. 

Além desses fatores, basta nós, pessoas comuns, contribuir com pequenas ações para tornar a Terra um lugar melhor para se viver. 

Esse texto foi originalmente desenvolvido pela equipe do blog Guia de Investimento, onde você pode encontrar centenas de conteúdos informativos sobre diversos segmentos.

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Formado em Jornalismo e Comunicação Social. Assessor digital pela equipe Guia de Investimento. Meu compromisso é entregar conteúdos de qualidade para diversos setores, entre os principais: Tecnologia, finanças e meio ambiente.