Incêndios florestais estão se intensificando globalmente, impulsionados pelas mudanças climáticas, revela novo estudo. Pesquisadores analisaram dados de satélites da NASA e descobriram um aumento significativo na frequência e na intensidade dos incêndios extremos nas últimas duas décadas.

Os incêndios extremos, definidos pelos cientistas como os 0,01% superiores em termos de energia liberada, mais do que duplicaram entre 2003 e 2023. Este crescimento alarmante coincide com recordes de temperatura e um aquecimento global contínuo.

Regiões como a floresta temperada de coníferas e a floresta boreal no hemisfério norte foram particularmente afetadas. Incêndios recentes nesses locais têm liberado enormes quantidades de fumaça e carbono, intensificando o aquecimento e ameaçando ecossistemas delicados.

No hemisfério sul, a Austrália experimentou eventos extremos devastadores, como os incêndios do Verão Negro de 2019-2020, exacerbados por períodos recordes de calor e seca. Em 2023, a área queimada no norte da Austrália superou os limites do Verão Negro, destacando a gravidade dos incêndios recentes.

Os incêndios noturnos também estão em ascensão, desafiando as normas climáticas tradicionais que antes diminuíam a atividade durante a noite. Isso não apenas aumenta o risco para as comunidades, mas também coloca pressão adicional sobre os bombeiros, que enfrentam condições de trabalho cada vez mais difíceis.

Os cientistas alertam que as mudanças climáticas desempenham um papel crucial nesse aumento de incêndios extremos, tornando o ar mais seco e prolongando temporadas de incêndio. A gestão adaptativa dos ecossistemas, incluindo técnicas indígenas tradicionais de gestão de fogo, é vista como essencial para mitigar esses riscos crescentes.

Enquanto alguns locais podem ver uma diminuição na área queimada, os incêndios mais intensos estão se tornando uma realidade preocupante em muitas partes do mundo. A resposta eficaz exigirá uma combinação de esforços para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e adotar práticas de manejo de fogo que respeitem os ciclos naturais dos ecossistemas.

Fonte: Adaptado de A Conversa