Lula defende combate à pobreza e reformas nos organismos multilaterais durante visita oficial à China

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursou durante sua visita oficial à China e defendeu o combate à pobreza e reformas nos organismos multilaterais, como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI). Lula afirmou que o Brasil está de volta ao cenário internacional após uma “inexplicável” ausência.

Durante a cerimônia de posse de Dilma Rousseff no comando do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), Lula disse que o NDB “tem um grande potencial transformador” e liberta os países emergentes da submissão às instituições financeiras tradicionais. Lula também disse que “vários outros” países estão em vias de adesão à instituição, que agora tem Bangladesh, Egito, Emirados Árabes Unidos e Uruguai como novos membros.

O presidente destacou a importância histórica da posse de Dilma Rousseff como presidente do NDB, ressaltando que ela pertence a uma geração que lutou para colocar em prática o sonho de um mundo melhor. Lula também defendeu reformas efetivas nas instituições financeiras tradicionais para aumentar os volumes e as modalidades de empréstimos.

Lula citou a Organização das Nações Unidas (ONU), além do FMI e do Banco Mundial, e cobrou que os países emergentes utilizem de maneira criativa o G-20, com “o objetivo de reforçar os temas prioritários para o mundo em desenvolvimento na agenda internacional”. Ele também afirmou que o Brasil será o presidente do G20 em 2024.

No Brasil, recursos do NDB financiam projetos de infraestrutura, programas de apoio à renda, mobilidade sustentável, adaptação à mudança climática, saneamento básico e energias renováveis, segundo Lula.

O presidente criticou a atuação do Fundo Monetário Internacional, dizendo que “não cabe a um banco ficar asfixiando as economias dos países”, como está fazendo com a Argentina. Lula também defendeu que o banco dos Brics tenha mais funções, como ter uma moeda para as relações comerciais entre os países.

“Toda noite me pergunto por que todos os países são obrigados a fazer seu comércio lastreado no dólar, e não em nossa moeda? Por que não temos o compromisso de inovar?”, questionou Lula.

Lula encerrou o discurso dizendo que o sonho de criar o NDB representa ter “um instrumento de desenvolvimento que fosse forte e, certamente será forte, que empreste dinheiro na perspectiva de ajudar os países, não de asfixiar”. Ele disse que todos os países deveriam ter o direito de se endividar, desde que o objetivo seja criar um novo ativo, algo que resulte em mais “futuro, capacidade de investimento, produção, exportação”.

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