Macron vai à China em meio a protestos na França por reforma previdenciária

O presidente da França, Emmanuel Macron, fará uma visita à China na próxima semana em meio a uma onda de protestos em seu país contra a reforma previdenciária proposta pelo governo. A viagem é vista como uma tentativa de equilibrar suas ambições de estadista global com os problemas internos em sua nação.

Macron está enfrentando dificuldades em aprovar a reforma previdenciária no parlamento, o que tem gerado conflitos e violência nas cidades francesas. As cenas caóticas têm sido amplamente divulgadas na mídia mundial e já levaram o presidente a cancelar a visita do rei britânico Charles à França.

Os protestos continuarão durante a viagem de Macron à China, com os sindicatos planejando uma 11ª greve nacional. Isso ocorre em um momento em que o presidente francês busca liderança na Europa e tenta recuperar a iniciativa sobre a guerra na Ucrânia.

A viagem à China também é vista como uma oportunidade para Macron enviar uma mensagem clara ao presidente Xi Jinping sobre o papel da Europa na questão das armas nucleares. O presidente francês quer deixar claro que a Europa não aceitará que a China forneça armas à Rússia, que está em conflito com a Ucrânia há mais de um ano.

No entanto, a China pode tentar usar a viagem para colocar uma rixa no campo ocidental e distanciar a França dos Estados Unidos, usando a tática de “dividir para governar”. Macron terá que estar atento a essa possibilidade.

Analistas dizem que a França, como potência nuclear, pode usar esse fato como uma carta na manga para pressionar a China a se distanciar da Rússia em relação à questão das armas nucleares.

Em meio a todo esse contexto, Macron busca manter sua agenda diplomática nos trilhos e evitar que os protestos internos prejudiquem suas ambições globais. A visita à China será um teste para o presidente francês e sua capacidade de equilibrar seus interesses internos e externos.