MapBiomas: Brasil continua mais seco em 2021

Plataforma MapBiomas Água incorpora dados de 2021 e passa a oferecer números mensais

No Dia Mundial da Água, o MapBiomas apresenta as novidades da sua plataforma de dados sobre a superfície coberta com água no território brasileiro. Mapas e estatísticas de 2021 foram atualizados e os dados podem ser consultados na escala mensal. Além disso, reservatórios oficiais da base de dados da Agência Nacional de Água foram integrados à plataforma.

A fotografia da situação atual é preocupante. A série histórica entre 1985 e 2020 havia mostrado um recuo de 15,7% na superfície coberta com água em território nacional. O ano passado não trouxe indícios de alívio nessa tendência: a superfície coberta com água permanece estacionária na casa dos 16,5 milhões de hectares, refletindo a crise hídrica que assolou o país e impediu a recuperação da superfície de água perdida em anos anteriores. Em janeiro e fevereiro de 2022, as alterações não foram significativas: Todos os dados já estão disponíveis em aqui.
 

“Além do fator climático, que tem um peso mais importante a cada ano, por conta da alteração do regime de chuvas e da duração dos períodos de seca, as áreas de água no Brasil são afetadas por mudanças no uso e cobertura da terra, construção de barragens e de hidrelétricas e pela poluição”, explica Carlos Souza, coordenador do GT de Água do MapBiomas. “Enquanto a superfície de água se retrai, sugerindo menor disponibilidade desse recurso, não há indicativos que seu uso tenha diminuído. Pelo contrário: o uso excessivo dos recursos hídricos, incluindo águas subterrâneas, para a produção de bens, alimento e serviços é um dos fatores que alteraram a qualidade e disponibilidade da água em todos os biomas brasileiros”, completa.

Uma outra novidade do MapBiomas Água é que já foi concluído o mapeamento das geleiras dos Andes e está em plena expansão o mapeamento e monitoramento da água na América do Sul. Carlos Souza explica que “42% da área total de geleiras das Cordilheira dos Andes retraiu de 1990 a 2020, o que indica que o fator climático é um forte vetor de mudança na disponibilidade de água no continente”.

Em webinário realizado hoje, foram exploradas as conexões das águas superficiais com as águas subterrâneas em uma série de palestras relâmpago, além dos fatores que podem explicar a redução da superfície de água no Brasil.

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