FOTO: Os carros particulares engarrafam a Rua do Moinho na alta temporada.
FOTO: Os carros particulares engarrafam a Rua do Moinho na alta temporada.

Os moradores do Peró, em Cabo Frio, receberam com preocupação e revolta a notícia divulgada pela Prefeitura segundo a qual a Secretaria de Mobilidade Urbana fez uma vistoria técnica na Rua do Moinho para instalar ali um estacionamento de ônibus de turismo. Eles são contra a entrada de ônibus de excursão no bairro porque as ruas são estreitas e os coletivos, em geral longos e altos, provocam um nó no trânsito na alta temporada de verão. O quadro é pior na Rua do Moinho por causa do movimento do comércio e do estacionamento de veículos no lado direito da pista.

Além da preocupação, os moradores ficaram revoltados porque há anos pedem um estudo de mobilidade urbana nas vias do Peró para evitar os problemas de trânsito no verão. Não há sinalização turística e muito menos proibitiva. A falta de informação leva motoristas desavisados a acessarem a orla, destinada apenas ao trânsito de pedestres e ciclistas. O caos também ocorre no entorno da Praça do Moinho, onde não há sinalização e barracas de ambulantes são instaladas até na via pública, sem qualquer fiscalização.

Procurado pelos moradores, o vereador Ruy França falou sobre o problema na Câmara Municipal e procurou a Secretaria de Mobilidade Urbana para levar a preocupação dos moradores do Peró. Ele recebeu o parecer técnico do engenheiro Antônio Xavier, especialista em obras públicas. Segundo o profissional, existem preceitos técnicos que independem de qualquer tipo de manifestação da Prefeitura, pois contrariam normas técnicas e atingem a mobilidade urbana:

— O poder público precisa prever riscos de tragédias, como por exemplo incêndios e emergências de saúde, que exigem ingresso rápido dos bombeiros, ambulâncias, carros da polícia. Os ônibus de turismo têm como medidas, variando o modelo, largura de 3 metros, altura de 4,4 metros e comprimento de 15 metros. O que torna proibitivo o estacionamento em qualquer via do bairro, pois as caixas de rua, principalmente em torno da praça do Moinho, que são de 6 metros, impossibilitam o trânsito e o estacionamento desses ônibus – afirmou o engenheiro.

Ainda segundo Xavier, os ônibus pesam em torno de 15 toneladas, vazios, e as vias do Peró não foram projetadas para suportar este peso. Moradores também temem que os ônibus de excursão acabem prejudicando a circulação dos coletivos do transporte público que atendem ao bairro.

— Tanto o subleito quanto a camada flexível (asfalto) não foram dimensionadas para esta carga. Quanto a limpeza dos banheiros químicos dos ônibus, deve ser feita em lugar adequado, o que não possuímos em nossas vias. Os dejetos desses banheiros, além do cheiro, atraem vetores como baratas e ratos. Com relação a nossa pavimentação, esses ônibus podem apresentar vazamento de diesel que é um solvente que deteriora o pavimento rapidamente. Estes ônibus devem ficar fora do bairro, não devem circular nem estacionar, pois sua estrutura não está preparada para recebê-los. Portanto, devem precisar de estacionamentos adequados fora do bairro os turistas transportados em vans, por exemplo – concluiu o engenheiro.

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