NITERÓI PROJETA FIM DAS ENCHENTES EM CHARITAS

As enchentes que deixam ilhados os moradores de Charitas e que fecham a passagem para a Região Oceânica de Niterói, provocando um grande transtorno no trânsito, podem acabar em breve. Está pronto o projeto de drenagem para captação, e lançamento no mar, das águas pluviais da Avenida Sílvio Picanço, entre a Igreja Lagoinha e o Aeroclube de Charitas. O projeto de engenharia será apresentado ainda este ano pela Empresa Municipal de Moradia, Urbanização e Saneamento de Niterói (Emusa).

A boa notícia foi dada pelo ex-Secretário Municipal de Planejamento, Axel Grael, numa reunião no Restaurante Bemdito organizada pela União dos Síndicos, Comerciantes e Moradores de Charitas (USCMC). Pré-candidato do PDT a prefeito de Niterói, Grael, que deixou o projeto de drenagem pronto antes de deixar a secretaria, afirmou também que a revitalização da orla de Charitas, onde existem seis clubes de canoagem, além de grupos de beach tênis, futevôlei, futebol infantil, aeromodelismo e pouso de parapente, “é uma prioridade”.

— Charitas e São Francisco estão ganhando muitos novos moradores e clientes nos restaurantes e bares por causa da segurança proporcionada pelo Niterói Presente, mas é fundamental resolver o problema das enchentes na Sílvio Picanço – disse o proprietário do Bemdito, Bruno Zambrotti, que também preside o Pólo Gastronômico dos bairros.

Com relação ao ordenamento da orla, Grael informou que problemas jurídicos relativos à concessão dos quiosques estão atrasando a execução do projeto da nova orla, que na verdade integra o planejamento global de revitalização que vai do Mercado de Peixes São Pedro até o Clube Naval, em Charitas, passando por Boa Viagem, Icaraí e São Francisco. Os representantes da USCMC  argumentaram que 90% dos problemas de ordenamento podem ser resolvidos antes da execução do projeto.

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Os síndicos de Charitas afirmaram que 90% dos problemas podem ser resolvidos antes da execução do Projeto Orla. 

O vereador Leandro Portugal, presente ao encontro, vai acompanhar, com uma comissão de moradores, o andamento dos processos que envolvem dois problemas de Charitas: construções irregulares no Morro da Viração e transtornos no trânsito na Sílvio Picanço e vias internas, principalmente no verão. A Prefeitura alega que as construções no Morro da Viração são antigas, mas imagens feitas com drones contratadas pelo condomínio Aruã revelam que existem pelo menos 16 novas construções em áreas do Parque Natural Municipal de Niterói (Parnit).

— A reunião foi muito boa e produtiva. A USCMC apresentou suas demandas para o bairro, onde podemos destacar três pontos principais: alagamentos, problemas na orla e invasões. Foi falado sobre os projetos futuros e a criação de uma comissão para tratar mais de perto as questões debatidas. A comissão já está formada – disse Vinícius Amorim, síndico do edifício Miraggio.

Axel Grael destacou a importância da chegada do Niterói Presente em Charitas e São Francisco: “O destaque do projeto é a interação com a comunidade, uma experiência que não pode voltar atrás”. Engenheiro florestal, ambientalista e ex-presidente da Feema (hoje INEA), Grael lembrou a época difícil que Niterói enfrentou há oito anos:

— A dívida do município quase se equiparava ao orçamento. O prefeito Rodrigo Neves nos encarregou de comandar a equipe que foi em busca de recursos. Conseguimos tirar a cidade da situação complicada e levá-la a grandes investimentos, como a construção do túnel Charitas-Cafubá, o alargamento da Avenida Marquês do Paraná, 26 novas escolas e 16 unidades de saúde.

Ao contrário de outros municípios, a pandemia não provocará grandes impactos nos programas de investimentos de Niterói no futuro, segundo assegurou Grael:

— A cidade tinha feito há pouco um fundo com os recursos dos royalties. É um tipo de poupança para emergências no futuro. Só não era previsto que o futuro seria agora – concluiu. 

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Paulo Roberto Araújo fez sua carreira profissional no jornal O Globo. Prêmio CREA de Meio Ambiente, foi repórter e depois editor assistente (chefe de reportagem) da Editoria Rio durante 25 anos, com atuação voltada principalmente para o meio ambiente e o interior do Rio.