A Comissão de Meio Ambiente do Senado Federal realiza amanhã (8 de junho), Dia Mundial dos Oceanos, às 9 horas, uma Audiência Pública sobre a Economia Circular do Plástico. O debate, convocado pelo senador Jaques Wagner (PT-BA), presidente da Comissão, tem como objetivo subsidiar a construção de um projeto de lei para reduzir a produção, o consumo e os impactos socioambientais e econômicos desse resíduo no país.
O evento será dividido em duas mesas de discussões, das quais vão participar representantes da sociedade civil, como a ONG Oceana, o Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR) e a Fundação Ellen MacArthur. Pelo setor empresarial estarão presentes a Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast), a Indústria Brasileira da Árvores (IBÁ) e a Associação Brasileira do Vidro (Abividro), dentre outras instituições. Na pauta estão os diversos riscos enfrentados hoje devido ao amplo volume de plástico descartável presente no meio ambiente, e os prejuízos econômicos. Esse material já está presente na água, nos alimentos e até mesmo no corpo humano. A urgência em buscar alternativas ao atual modelo de produção do plástico também será tema da audiência pública.
A gerente de campanhas da Oceana, engenheira ambiental Lara Iwanicki, apresentará informações sobre o cenário da crescente produção e impactos dos plásticos de uso único no Brasil. Maior produtor desse material na América Latina, o país polui os oceanos, anualmente, com cerca de 325 mil toneladas de lixo plástico, segundo o estudo “Um Oceano Livre de Plástico”, lançado pela Oceana em 2020.
Pesquisa realizada pelo IPEC(Inteligência em Pesquisa e Consultoria), em 2021, revela que 68% dos brasileiros consideram que a poluição no meio ambiente diminuirá se o Congresso Nacional aprovar uma lei restringindo a produção de plástico descartável. “A sociedade está consciente da poluição por plásticos e demanda mudanças. O Congresso precisa se posicionar do lado da solução. O que está em jogo é a economia do país, o meio ambiente e a própria saúde da população, que vem sendo dia a dia contaminada com microplásticos, cujas consequências ainda desconhecemos”, alerta Iwanicki.