O efeito da tecnologia dos wearables na prática esportiva

As rápidas transformações digitais fazem parte da vida moderna, e uma delas vem chamando bastante atenção nas áreas da saúde e do esporte: a tecnologia dos wearables, termo em inglês que se refere aos “dispositivos vestíveis”, ou seja, todos os acessórios eletrônicos que podemos vestir.

Na última década, diversos itens desta categoria se popularizaram, com destaque para os relógios digitais, conhecidos como smartwatches, as pulseiras fitness, também chamadas de smartbands, os óculos de realidade virtual e as roupas inteligentes. 

Esses aparelhos, que possuem funções parecidas com as dos celulares, são usados frequentemente para monitorar a prática de exercícios físicos e checar sinais de saúde, facilitando e melhorando o desempenho em diversas atividades.

Os wearables, de maneira geral, trazem uma série de recursos voltados para atletas amadores e profissionais, que podem acompanhar, em tempo real, parâmetros fisiológicos importantes, entre eles frequência cardíaca, temperatura corporal, índice de massa corpórea (IMC), contagem de passos e gasto calórico. Além disso, os dispositivos – muitos conectados aos smartphones e à internet – mostram as principais informações da rotina de treinos dos usuários.

Ascensão no mercado

Segundo a ABI Research, empresa global de pesquisas de inteligência tecnológica, com o distanciamento social e seus danos físicos e mentais à saúde das pessoas, o uso desta tecnologia na prática esportiva aumentou consideravelmente durante a pandemia.

Em 2022, as vendas mundiais de wearables devem atingir a marca de 344,9 milhões de unidades, um aumento de 13,2% em relação ao ano passado. Essa tendência de alta começou em 2020, no início da crise sanitária, quando quase 260 milhões de aparelhos foram vendidos. A expansão do mercado de acessórios esportivos se deu especialmente nas modalidades individuais, como corrida, ciclismo e natação.

Quando foi lançado, em 2015, o Apple Watch, um dos primeiros aparelhos vestíveis do mercado, era descrito por Tim Cook, presidente da multinacional, como um “dispositivo abrangente de saúde e condicionamento físico”, dando a entender que os equipamentos desse tipo não serviriam mais apenas para entretenimento e comunicação, mas para cuidados com a saúde.

Esporte e saúde

Mesmo com a explosão de vendas e o grande potencial dentro da indústria fitness, os wearables seguem um processo de adaptação no Brasil, com aprimoramento e barateamento da tecnologia no mercado nacional, conjuntamente com a criação de mais aplicativos de bom nível.

Na medicina, apesar de fazerem parte de muitas consultas, esses dispositivos ainda encontram alguma resistência. Cardiologistas alertam que algumas funções são importantes para auxiliar no monitoramento do sono, controle de batimentos cardíacos, checagem de oxigenação do sangue e detecção de fadigas musculares, por exemplo, mas que a ferramenta não substitui o atendimento médico nem pode ser utilizada de forma generalizada.

“Quem compra esse tipo de equipamento passa a ter uma ferramenta que ajuda diretamente no ganho de performance. O atleta passa a ter maior controle de massa muscular, velocidade, tempo e ritmo, melhorando seu desempenho”, afirma Charles Marques, triatleta e professor do Esporte Clube Pinheiros.

No futebol profissional, por meio da Polar, empresa finlandesa de tecnologia esportiva, os wearables estão presentes em cerca de metade da primeira divisão do Campeonato Brasileiro, onde a preparação física é cada vez mais relevante para a performance dos jogadores e o nível de intensidade aumenta gradualmente.

“Assim como a creatina, que serve para melhorar o desempenho na musculação e ajudar na recuperação do corpo, o aparelho vestível, seja ele um relógio, pulseira ou bracelete, funciona para potencializar os treinos em diversos esportes, principalmente os aeróbicos”, completa Charles. 

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