“O estado poderia ter evitado”, afirma Greenpeace Brasil sobre tragédia ocorrida em Petrópolis

O forte temporal que ocorreu na última terça-feira (15) na cidade de Petrópolis, região serrana do Rio de Janeiro, escancara aquilo que a ciência já vem alertando há tempos: o agravamento da crise climática torna os eventos extremos cada vez mais intensos e frequentes e reforça a necessidade urgente de ação do governo para a criação de medidas de adaptação. Até o momento, já foram registradas 38 mortes e um incalculável número de desaparecidos.

Historicamente, o estado do Rio de Janeiro é suscetível a eventos climáticos extremos por conta de suas características biofísicas, como o relevo montanhoso, a descaracterização de rios e córregos, a ocupação desordenada da zona costeira e o intenso desmatamento da Mata Atlântica. Em 2018, o Rio de Janeiro elaborou um Plano de Adaptação Climática que tem como principal objetivo fornecer normativas e diretrizes para solucionar os problemas decorrentes dos impactos presentes dos eventos extremos. Ao analisar o documento, o Greenpeace Brasil constatou que estes eventos extremos são historicamente previstos na região. Entretanto, as medidas de adaptação seguem sem ser implementadas de forma efetiva nas políticas públicas do estado.

“O risco decorrente da crise do clima é presente e historicamente negligenciada pelo governo do estado, que precisa urgentemente criar medidas de prevenção, adaptação e desenvolver ações estruturais de enfrentamento a este cenário. Por isso, precisamos pressionar para que os estados brasileiros decretem emergência climática, para trazer soluções em constante diálogo com a sociedade civil”, afirma Rodrigo Jesus, porta-voz do Greenpeace Brasil.

Greenpeace lança abaixo-assinado e cobra ação de governadores

Estas chuvas intensas que têm assolado as regiões Sudeste, Norte e Nordeste, além das ondas de calor no Sul do Brasil, escancaram o agravamento da crise climática.

Diante desse cenário, o Greenpeace Brasil está promovendo um abaixo-assinado para pressionar os governadores estaduais a decretarem emergência climática e convocar a sociedade civil a cobrá-los para que criem planos de adaptação climática e desenvolvam ações estruturais de enfrentamento, principalmente para as populações em situação de vulnerabilidade, as mais atingidas pelos eventos extremos.

Dados do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) revelam que o impacto da crise climática na América do Sul inclui um significativo aumento da precipitação média no sudeste do continente, o que aumenta a ocorrência de chuvas extremas. Os pesquisadores também alertam que temperaturas extremas podem ser até nove vezes mais frequentes já na próxima década. Ou seja: não há nada de “normal” no que estamos vivendo.

“A situação de emergência enfrentada por populações de diversos estados é historicamente noticiada e já entendemos quais são os principais impactos e consequência das fortes chuvas nas comunidades periféricas – não é novidade e poderia ser evitada. A intensidade dos eventos extremos já faz parte do nosso tempo presente. Precisamos de medidas estruturais que garanta a resiliência destas populações. É urgente decretar emergência climática!”, destaca Jesus.

Clique aqui para acessar o abaixo-assinado.