O que pode ser feito para impedir novos ataques a escolas brasileiras?

As escolas se tratam de ambientes de grande importância na formação social de alguém, sendo um local de instrução, ajudando os alunos a se preparem não apenas ao mercado de trabalho, mas também para conseguirem viver de forma harmônica na sociedade em geral.

Tal relevância acaba sendo ainda maior em relação às crianças, sendo um local onde elas vão apresentar não só o significado das letras, números e palavras, mas também a importância de se viver em comunidade, compreender as regras da sociedade e muito mais.

Tudo isso deixa claro a importância dessas instituições para a comunidade como um todo, sendo assim uma responsabilidade dos governos garantirem que tudo ocorra da melhor maneira nesses espaços, indo desde a oferta de vagas até a presença de professores.

É a partir de tudo isso que uma escola pode então vir a formar professores, músicos, artistas, profissionais a trabalharem na indústria, como no corte e dobra de chapas de aço, além de muitas outras especializações que podem ser iniciadas ali mesmo.

Mas para que seja possível garantir um ensino de qualidade em tais espaços é necessário investir na infraestrutura das escolas, contar com a presença de bons professores, um plano estudantil e algo que antes não parecia ser tão importante, que é a segurança do lugar.

De um modo geral as escolas sempre foram vistas como ambientes seguros, a ponto dos pais deixarem seus filhos passarem grande parte de sua infância nesses espaços, para no fim do dia voltarem para casa com todo o conhecimento aprendido em sala de aula.

Essa sensação de proteção, infelizmente vem despertando nos últimos anos, com isso sendo resultado dos diversos casos de ataques que vêm ocorrendo no meio escolar, colocando em risco a vida dos alunos, professores, funcionários e todo mundo ali.

Para evitar isso é que é tão importante investir na segurança nas escolas, começando primeiro pelo debate a ser feito em cima desse tema. E nesse sentido não estamos falando apenas de certas adequações, como uso de suporte para extintor de chão, por exemplo.

O maior risco que envolve os casos de violência nas escolas pode estar até mesmo dentro da sala de aula, por meio de alunos que por algum motivo possam ser capazes de machucar seus colegas. Algo a ser visto com atenção, até para evitar concepções erradas.

A realidade da violência nas escolas

As escolas sempre foram vistas como um ambiente seguro, permitindo assim até mesmo que algumas crianças conseguissem deixar de lado suas realidades carentes, tendo acesso à educação, alimentação e tudo mais que ajudasse na sua formação social.

O ponto é que a realidade não é mais a mesma, e muitas mudanças não são necessariamente boas, tal como é o estado das escolas atualmente, tornando-se alvos de diferentes ataques, como está sendo comum de ser visto nos telejornais e na internet.

O maior destaque em relação a esse tipo de ataque ocorreu nos EUA, através daquele que ficou conhecido como o Massacre de Columbine, sendo esse um incidente onde em abril de 1999 dois alunos realizaram um ataque na Columbine High School.

Esse evento ficou marcado na história, com repercussões que infelizmente se estendem até os dias de hoje. Nesse dia morreu um professor e 12 alunos, com tais números de vítimas crescendo com o passar dos anos, tornando-se em algo comum à sociedade americana.

Depois do terrível ataque muitas ações de segurança passaram a ser adotadas nas escolas norte-americanas, indo da instalação de fechadura elétrica para portão e outras ferramentas de segurança, até mesmo a práticas como revistas para entrar no colégio.

Mesmo com todas essas práticas de segurança os incidentes com armas de fogo continuaram a crescer nos EUA, com a organização Everytown for Gun Safety apontando para o preocupante número de 193 casos do tipo a ocorrerem somente em 2022.

Apesar dessa ser uma situação preocupante, antes de olhar para a sociedade americana é importante prestar atenção para o que vem ocorrendo no próprio território brasileiro, já que casos similares também vêm se multiplicando nos últimos anos.

Isso é o que aponta o Instituto Sou da Paz, que nas últimas duas décadas registrou um número de 12 ataques similares a ocorrerem nas escolas, com um quarto desses crimes tendo ocorrido só em 2022, apontando então para um crescimento nesse sentido.

Ou seja, alunos que poderiam se tornar cientistas, enfermeiros ou até mesmo engenheiros, trabalhando com centros de usinagem cnc e outras atividades têm sua vida interrompida por causa desse terrível ataque que se multiplicam anos após ano no Brasil.

Ao falar de eventos desse tipo é possível destacar alguns que ganharam as manchetes, com ataques ocorridos em escolas de diferentes locais do Brasil como:

  • Massacre de Realengo – RJ (07/04/11);
  • Massacre de Suzano – SP (13/03/19);
  • Massacre de Aracruz – ES (25/11/22);
  • Massacre de Blumenau – SC (05/04/23).

Esse último evento, em Blumenau, é um dos que mais ganhou atenção, tanto por sua proximidade como pelo fato dele ter corrido dentro de uma creche, levando à morte de quatro crianças após o ataque de um homem adulto de 25 anos.

Isso enquanto o país ainda se recuperava de um ataque ocorrido em novembro de 2022, no qual um ataque em duas escolas na cidade de Aracruz, levando à morte de 3 pessoas, deixando outras 13 feridas, apontando assim para um problema em pleno crescimento.

Esse aumento faz com que muitos passem a cobrar soluções do governo para o problema, adotando até mesmo ações particulares, como a pesquisa por motor de portão preço para garantir a segurança de suas casas ou das escolas que seus filhos frequentam.

Quais as ações tomadas pelos órgãos de segurança?

Diante do aumento desses casos novas ações vêm sendo adotadas pelo governo brasileiro dentro de suas diferentes, principalmente após o ataque em Blumenau, que serviu como um estopim para que essa situação fosse vista com uma maior atenção pelo Estado.

O governo de Blumenau, por exemplo, estabeleceu um protocolo de prevenção de modo evitar novos casos, assim como outros locais, como o estado do Rio de Janeiro que  anunciou a criação de um Comitê Permanente de Segurança Escolar para tratar do tema.

A federação brasileira também vem adotando ações nesse sentido, conforme anunciou o Ministro da Justiça Flávio Dino, com um foco específico ao cenário digital, buscando uma parceria com as delegacias de crimes cibernéticos para acompanhar e evitar tais casos.

Isso ocorre por causa do acesso a comunidades nocivas e conteúdos de ódio que podem influenciar as pessoas a cometerem tais ataques, indo contra as possibilidades positivas da internet, que deveria servir para levar ao encontro de mesa em aço inox entre outros itens.

Essas são algumas das atitudes adotadas pelo governo, no entanto existem muitas outras ações que devem ser consideradas para que casos assim não venham a se repetir.

Como impedir tais ataques?

Não é como se existisse uma fórmula rápida, afinal, se esse fosse o caso não estaríamos em uma realidade onde tais crimes vem crescendo exponencialmente, no entanto, muitos especialistas apontam para algumas ações a serem consideradas, dentre elas:

Acompanhamento psicológico

É importante saber o que passa na cabeça dos jovens, tanto para evitar que eles tomem atitudes tão drásticas, como também para identificar qualquer tipo de indício criminosos de forma antecipada, buscando algum tipo de tratamento para evitar um final trágico.

Monitoramento online

O meio digital, infelizmente, é bastante responsável pelo crescimento desses tipos de ataques. Tudo isso por causa do fácil acesso a conteúdos que vangloriam ou induzem a esse tipo de comportamento, podendo assim influenciar os jovens.

De modo a evitar isso é importante estar atento ao comportamento das pessoas na internet, com uma atenção especial para grupos de ódio e comunidades que podem reunir usuários com intenções ruins.

Restringir o acesso a armas

Esse é um debate caloroso nos EUA e que deve ser discutido também no Brasil, sendo importante restringir o acesso a armas que podem ser usadas em tais massacres ou então a fiscalizar como tais objetos estão sendo guardados dentro da casa de quem possui porte.

Da mesma forma que um curso de bombeiro civil ensina algumas práticas de segurança para esses profissionais em formação, é importante falar sobre os métodos de proteção em relação a como essas armas são guardadas ou até mesmo distribuídas pelo país.

Reeducação escolar

Por fim, como grande parte desses ataques parte também de pessoas jovens, como alunos, é importante estar atento em como tais pessoas estão sendo inseridas no meio escolar, de modo a evitar que um comportamento nocivo possa levar ao início de tais ataques.

Diante disso é importante que as escolas passem a abordar os mais diversos tipos de assunto em sua grade escolar, de programas de educação ambiental a discussões sobre a saúde mental dos alunos, tudo de modo a tentar evitar casos de tal gravidade.

Por mais que seja um problema em crescimento, isso não significa que tal situação não possa ser revertida, bastando apenas olhar com mais atenção ao assunto, para assim garantir que as escolas voltem ser um espaço seguro para todos os alunos.

Esse texto foi originalmente desenvolvido pela equipe do blog Guia de Investimento, onde você pode encontrar centenas de conteúdos informativos sobre diversos segmentos.

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Formado em Jornalismo e Comunicação Social. Assessor digital pela equipe Guia de Investimento. Meu compromisso é entregar conteúdos de qualidade para diversos setores, entre os principais: Tecnologia, finanças e meio ambiente.