Plano de gerenciamento de resíduos sólidos: o que é e como elaborar?

A preocupação com o descarte de lixo, principalmente com o manejo de resíduos sólidos, não é novidade nos dias atuais.

Desde a Eco-92, uma conferência realizada pela ONU para discutir meios de mitigar a degradação ambiental e garantir a existência de um ecossistema sadio para as próximas gerações, muito se discute acerca da importância do despojamento correto de rejeitos.

Após tal conferência, diversos eventos foram realizados e várias leis foram promulgadas para garantir que a proteção da natureza se realizasse em todos os âmbitos possíveis.

Assim, é visível que a preocupação com o meio ambiente se tornou uma pauta ainda mais importante e, desde então, é essencial que todos os indivíduos auxiliem no desenvolvimento de um planeta onde os resíduos sólidos sejam descartados corretamente.

Esse descarte correto, quando se fala de indústrias, pode se dar por meio do plano de gerenciamento de resíduos sólidos.

Isso porque é ele que vai garantir que a empresa se adeque à legislação ambiental vigente. Mas, afinal, o que é um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos?

O Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, popularmente conhecido pela sigla PGRS, é uma documentação na qual uma indústria explica como é feito o descarte dos resíduos sólidos e quais práticas ambientalmente positivas são realizadas por ela.

Desde 2010, quando houve a criação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, todos os empreendimentos que geram esse tipo de resíduo, que vão desde o hospital até a fábrica de concreto usinado, são obrigados a desenvolver esse planejamento.

Esse documento também evidencia toda a relação da indústria com o resíduo, passando por partes como o transporte, o tratamento, o manejo e o destino final desse rejeito, que só pode ser elaborado por um técnico habilitado na área.

Além disso, o PGRS deve se ajustar ao Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, caso o município possua, e ele é fundamental para mostrar que uma empresa se preocupa com o seu impacto ambiental e tenta minimizá-lo.

Sabendo o que é um plano de gerenciamento de resíduos sólidos, este artigo destacará qual é a relevância desse tipo de planejamento.

Importância do gerenciamento de resíduos sólidos

Zelar pelo ecossistema é essencial para a manutenção da vida em todo o planeta e essa qualidade, que é atribuída a uma indústria pelo PGRS, deve ser ressaltada.

É fundamental que uma empresa não só priorize as suas atividades, mas que também saiba reconhecer que a produção de resíduos, quando não manejada de forma eficaz, pode acarretar inúmeros contratempos para o meio ambiente.

O gerenciamento de resíduos sólidos também ajuda a evitar multas e questões com a lei, já que em muitos estados os alvarás de funcionamento só são cedidos mediante a apresentação desse planejamento.

Isso se dá porque os governos locais querem ter certeza quanto aos trabalhos que serão realizados por aquele empreendimento, bem como os benefícios e os impactos que aquela indústria trará para a região.

Além disso, há a chance de a indústria, ao se adequar às leis ambientais, conseguir reduzir os impostos que paga, a exemplo do abatimento do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços).

E não só isso: o PGRS ajuda também a reduzir riscos para os funcionários de uma indústria.

Isso acontece, pois o Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos ajuda a desenvolver maneiras mais assertivas de lidar com os rejeitos, que vão desde o uso de diferentes equipamentos de proteção, até aos horários de coleta de lixo.

Por exemplo, uma empresa de demolição de casas com um planejamento de manejo de rejeitos adequado vai se atentar ao fato de que não pode deixar o material descartado descoberto, pois o acúmulo de água pode ajudar na proliferação de vetores de doenças.

Essa mesma empresa, mesmo indiretamente, está evitando que seus funcionários sejam contaminados por arboviroses, como a dengue.

Assim, é importante que o PGRS desse empreendimento inclua a captação e drenagem de águas pluviais. Isso não só ajuda o meio ambiente, como também protege os colaboradores dessa empresa.

Deste modo, é notória a relevância do plano de gerenciamento de resíduos sólidos não só para o ambiente, mas para a própria indústria. A seguir, serão detalhadas quais são as melhores formas de elaborar um PGRS.

Como elaborar um plano de gerenciamento do zero

Assim como realizar o polimento piso industrial de um shopping ou de um supermercado requer organização para que ele seja feito de forma precisa, sem que haja clientes circulando no espaço, o PGRS também requer uma logística cuidadosa.

O primeiro passo para elaborar um plano de manejo dessa modalidade de rejeito é quantificar a quantidade de resíduos produzidos em cada processo da indústria.

Esse diagnóstico inicial, que pode ser feito por meio de planilhas de controle, deve conter as especificações do resíduo, a quantidade e a data que ele foi gerado.

Logo, uma empresa de confecção de carimbos, por exemplo, deve explicitar em suas planilhas a quantidade de plástico descartado ao fim do processo de produção.

O segundo passo deverá ser a definição das operações que serão realizadas para gerenciar os resíduos sólidos. Nessa fase, são especificadas as formas de reciclagem e descarte, como a coleta vai ser realizada e qual será o destino final desses ítens.

O Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos geralmente sugere que a coleta dos resíduos seja realizada a cada vez que o local de armazenamento do lixo esteja com ¾ (três quartos) de sua capacidade completa.

Desta forma, é essencial que a logística de descarte seja adequada para respeitar a capacidade do lugar de armazenagem. Em seguida, é fundamental a construção de um plano de contingência dentro do PGRS.

O plano de contingência serve para minimizar os prejuízos ao meio ambiente e para minimizar os riscos ao contingente humano da indústria.

Assim, indústrias que trabalham com resíduos tóxicos, por exemplo, devem explicar detalhadamente como a segurança do ecossistema e das pessoas seria garantida em caso de vazamento de resíduos.

No passo seguinte, devem ser discutidas as metas para reduzir a geração de resíduos. Essa etapa vai depender do tipo de indústria já que, em alguns casos, os resíduos podem ser reciclados.

É o caso de empreendimentos que atuam na requalificação cilindro GNV. Essas indústrias podem incluir em seus respectivos PGRS, a longo prazo, o objetivo de recolher cilindros antigos e reutilizá-los.

Essa estratégia, chamada de logística reversa, pode ser muito benéfica no que tange a diminuição da produção de lixo.

O penúltimo passo trata da questão do ciclo de vida dos produtos. A empresa deve saber que, mesmo diminuindo seus resíduos, ainda continua gerando lixo sólido por meio de seus produtos. Isso é bastante visível no descarte de embalagens de alimentos e bebidas.

Por isso, é crucial que as indústrias também pensem em maneiras de reduzir o ciclo de vida desses produtos, uma vez que eles se perpetuam na natureza por longos períodos de tempo.

Um bom exemplo disso é o de corporações que realizam a impermeabilização de sofá e substituíram os produtos que eram utilizados por produtos impermeabilizantes ecológicos, que não agridem o ecossistema da maneira que os produtos antigos faziam.

O último passo é incluir no plano de gerenciamento algumas fiscalizações periódicas, de forma a garantir que todas as partes deste planejamento estão sendo realizadas de forma correta.

Agora, que já foi visualizada a correta forma de se estruturar um plano de gerenciamento de resíduos sólidos, é importante saber algumas vantagens do PGRS para uma indústria.

As vantagens do PGRS para um empreendimento

A primeira vantagem do PGRS para uma empresa vem da certificação que ela recebe após garantir o correto manejo dos resíduos. Essa certificação, que se dá por meio dos selos selos ISO 14000 e 14001, garante que uma indústria se preocupa com a natureza.

Isso gera um impacto positivo no público, principalmente no cliente mais atento à ecologia, e pode trazer fidelização dos consumidores que se preocupam com essa questão.

Além disso, um plano de gerenciamento de resíduos sólidos assertivo pode ajudar uma indústria a economizar em diversos setores.

Isso ocorre porque esse acompanhamento próximo de todas as etapas produtivas, proporcionado pelo PGRS, ajuda a empresa a verificar se existe desperdício de matéria-prima e de energia.

Assim, uma empresa que produz uma sacola de plástico personalizada pode passar a comprar menos matéria-prima, caso verifique que há o desperdício. Isso beneficia a indústria, que gastará menos, e o meio ambiente, que não será contaminado.

Considerações finais

O plano de gerenciamento de resíduos sólidos é um importante documento que vai auxiliar uma empresa no descarte de seus rejeitos de uma forma não prejudicial para o meio ambiente.

Esse plano é necessário, pois ajuda a garantir a continuidade do ecossistema e também auxilia a proteger os colaboradores de uma indústria de possíveis riscos, como a contaminação e contato com vetores de doenças. Quando bem planejado, o PGRS ajuda a:

  • Reduzir gastos com matéria-prima;
  • Evitar problemas com a legislação;
  • Trazer uma boa imagem da empresa para o público;
  • Diminuir a carga de impostos.

Tendo isso em vista, é importante que as organizações comecem a desenvolver os seus respectivos planos de gerenciamento de resíduos sólidos.

Esse texto foi originalmente desenvolvido pela equipe do blog Guia de Investimento, onde você pode encontrar centenas de conteúdos informativos sobre diversos segmentos.

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Bacharel em comunicação social jornalismo/ Assessora digital com foco em SEO. Buscando cada vez mais estratégias para alavancar as buscas online. priscila.dantas@networkflow.com.br