Poluição por Plástico Ameaça Sobrevivência de Embriões Marinhos, Alerta Estudo

Tipo selvagem (esquerda) Ciona intestinalis (tunicado) e Exaiptasia diaphana (cnidário) ao lado de animais do mesmo estágio tratados com lixiviados de pellets de PVC (direita). Crédito: Universidade de Exeter

Pesquisadores da Stazione Zoologica Anton Dohrn, na Itália, e da Universidade de Exeter, no Reino Unido, divulgaram um estudo alarmante que revela os impactos devastadores da poluição plástica sobre os embriões de diversas espécies marinhas. Publicado na revista Royal Society Open Science, o estudo evidencia que altos níveis de novos pellets de PVC, conhecidos como “nurdles”, usados na pré-produção de plásticos, podem impedir o desenvolvimento normal de organismos marinhos, levando à formação de embriões disformes e inviáveis.

As investigações mostraram que sete espécies marinhas, representando todos os principais superfilos oceânicos, foram afetadas negativamente pela exposição a esses pellets. Os problemas vão desde a incapacidade de formar conchas ou notocordas até a interrupção no desenvolvimento celular após apenas algumas divisões. “Cada espécie falhou de maneira diferente, mas todas tiveram em comum a incapacidade de produzir um embrião viável”, explica Dra. Eva Jimenez-Guri, primeira autora do estudo.

Este nível de poluição, que normalmente ocorre em casos de derramamento de cargas, como o incidente de um cargueiro em Portugal em janeiro, representa um risco significativo para a vida marinha. Os pesquisadores também observaram que as áreas próximas a instalações petroquímicas apresentam níveis elevados desses poluentes, o que aumenta a urgência de medidas para controlar e reduzir a emissão de plásticos no ambiente marinho.

Além dos pellets de PVC, o estudo analisou os efeitos de amostras de plásticos recuperados de praias, constatando que altas concentrações também prejudicam o desenvolvimento de moluscos, ouriços-do-mar, estrelas-do-mar e ascídias. A pesquisa destaca a necessidade crítica de ação para mitigar a poluição plástica, especialmente em áreas costeiras onde muitas espécies marinhas se reproduzem.

“Se ocorrer poluição extrema durante a reprodução dessas espécies, podemos perder inteiramente a próxima geração”, alerta Dra. Jimenez-Guri. Ela também menciona que os componentes dos plásticos, incluindo substâncias como o zinco, são liberados na água, causando danos ainda maiores. A União Europeia já debate legislações para reduzir a liberação desses materiais, mas ações mais robustas e imediatas são essenciais para proteger a biodiversidade marinha e, consequentemente, o meio ambiente e a saúde humana.

Artigo anteriorEstudo de Oxford Revela Caminhos para Unir a Humanidade na Resolução de Desafios Globais
Próximo artigoTim Cook discute expansão de investimentos da Apple na Indonésia em encontro com Jokowi
Avatar
Para falar conosco basta enviar um e-mail para redacaomeioambienterio@gmail.com ou através do nosso whatsapp 021 989 39 9273.