Os preços de energia elétrica negociados no mercado livre em patamares mais baixos estão entre os pontos de cautela que rondam as ações da Eletrobras (BVMF:ELET3), geradora com exposição a essas oscilações. Analistas dos bancos BTG e Itaú BBA destacaram esse aspecto negativo após a companhia reportar resultados referentes ao quarto trimestre de 2022. A Eletrobras teve um prejuízo líquido de R$ 479 milhões, inferior ao lucro líquido de R$ 610 milhões obtido no quarto trimestre de 2021. A empresa ainda anunciou payout mínimo de 25%, ou R$ 863 milhões em dividendos.
Para o BTG, o balanço foi afetado por questões pontuais. O Ebitda de R$ 718 milhões veio bem abaixo do projetado pelo banco, que era de R$ 2,88 bilhões. Mas, se não houvesse gastos com empréstimos da Amazonas Energia, plano de desligamento voluntário, reversões de provisões sobre investimentos e de empréstimos compulsórios, o indicador teria alcançado R$ 3,35 bilhões, 16% acima das estimativas do BTG.
Segundo os analistas Joao Pimentel, Gisele Gushiken e Maria Resende, as condições para comercialização de energia ainda são desafiadoras, diante de pouco progresso na redução da exposição da empresa aos preços de energia.
O BTG enxerga os papéis com grande desvalorização devido à expectativa do mercado de preços de energia mais baixos, aumento da preocupação com interferência governamental e um ritmo mais fraco no corte de custos. Com o valuation descontado, reforçou a recomendação de compra, com preço-alvo de R$64.
Já o Itaú BBA considerou os resultados como negativos, com Ebitda recorrente pior do que o esperado, com custos de energia comprada superiores ao previsto, assim como despesas controláveis. O prejuízo líquido veio pior do que a projeção resultado negativo em R$ 375 milhões, devido ao menor Ebitda e maiores despesas financeiras líquidas.
Por outro lado, conforme ressaltado pelos analistas Marcelo Sá, Fillipe Andrade, Luiza Candiota e Matheus Botelho Marques, a companhia anunciou retração de R$ 517 milhões em provisões de empréstimos compulsórios, “impulsionadas por descontos de disputas que foram assinadas no 4T22 (totalizando R$ 563 milhões)”.
A venda média dos contratos assinados para venda de energia estimada pelos analistas indica um preço implícito considerado muito baixo, em R$ 97/MWh para 2023, R$ 93/MWh para 2024 e R$ 101/MWh para 2025.
O Itaú BBA possui classificação Outperform para os papéis, com preço-alvo de R$61,60.
Às 13h30 (de Brasília), as ações ordinárias da Eletrobras recuavam 0,60%, a R$31,71. Vale ressaltar que o cenário atual é bem diferente da crise hídrica dos últimos anos, com os preços de energia elétrica negociados no mercado livre em patamares mais baixos. A Eletrobras tem exposição a essas oscilações, o que gera cautela em relação às ações da empresa.
Os analistas apontam que as condições para comercialização de energia ainda são desafiadoras e que a empresa precisa reduzir sua exposição aos preços de energia. Além disso, há expectativa de preços mais baixos de energia elétrica, aumento da preocupação com interferência governamental e um ritmo mais fraco no corte de custos.
Apesar desses desafios, a Eletrobras anunciou payout mínimo de 25%, ou R$ 863 milhões em dividendos. Além disso, a companhia anunciou a retração de R$ 517 milhões em provisões de empréstimos compulsórios.
O Itaú BBA classifica os papéis como Outperform, com preço-alvo de R$61,60. Já o BTG enxerga os papéis com grande desvalorização, mas reforça a recomendação de compra, com preço-alvo de R$64.
Por volta das 13h30 (de Brasília), as ações ordinárias da Eletrobras recuavam 0,60%, a R$31,71. A situação da empresa no mercado elétrico é um dos principais pontos de atenção para investidores, que aguardam mais clareza sobre a estratégia da Eletrobras para lidar com a volatilidade dos preços de energia elétrica.