Projeto busca transformar cinco comunidades cariocas em florestas urbanas para combater crise climática

O projeto de reflorestamento em elaboração na Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Clima do Rio de Janeiro visa atribuir a cinco comunidades cariocas um papel crucial na redução dos riscos durante os temporais e na prevenção de danos ambientais. A iniciativa, que já foi apresentada ao prefeito Eduardo Paes, pretende transformar cada uma dessas comunidades em uma floresta urbana.

Tainá de Paula, secretária da pasta, enfatizou a importância de reposicionar o Rio de Janeiro no debate mundial sobre questões ambientais. Durante o painel “Dilemas da sustentabilidade urbana: as cidades na era da crise climática”, realizado nesta terça-feira (15) no Museu do Amanhã, ela declarou: “É preciso reposicionar o Rio no debate mundial das questões ambientais. Um dos nossos projetos é produzir cinco novas florestas urbanas. Cada favela será uma floresta. As favelas sempre são vistas como algo que tem que ser retirado. Por que não fazer reflorestamento?”

O evento também marcou o lançamento do Climate Hub Rio, um centro de pesquisas sobre mudanças climáticas resultante de uma parceria entre a Prefeitura do Rio e a Universidade de Columbia, de Nova York. Tainá explicou que a secretaria tem um prazo de seis meses para elaborar o projeto de reflorestamento, cujo orçamento ainda não foi definido. Embora não tenha divulgado quais comunidades serão contempladas, a secretária destacou que as áreas prioritárias estão inseridas em unidades de conservação ambiental. Durante o debate, ela mencionou o Morro do Borel, localizado na Tijuca, como exemplo.

Paralelamente, outro projeto apresentado ao prefeito por Tainá visa envolver mil mulheres na conscientização sobre a preservação ambiental nas comunidades dos complexos da Penha, do Alemão e da Maré. Até o momento, 120 mulheres já fazem parte do projeto, mas a secretária espera alcançar a marca de mil participantes até o final do ano. Essas mulheres serão chamadas de Guardiãs das Matas e assumirão a responsabilidade de promover a preservação ambiental em suas comunidades.

Ambos os projetos têm como objetivo principal melhorar a qualidade de vida nas comunidades cariocas e torná-las mais resilientes às mudanças climáticas. Além disso, eles reforçam a necessidade de repensar a relação entre as favelas e o meio ambiente, substituindo a visão negativa e estigmatizada por uma perspectiva sustentável e inclusiva.

O projeto de reflorestamento nas comunidades cariocas e a iniciativa das Guardiãs das Matas representam um passo importante na busca por soluções sustentáveis para o enfrentamento da crise climática, que afeta não apenas o Rio de Janeiro, mas também todo o planeta. Ao reconhecer o papel das favelas e das mulheres na preservação ambiental, esses projetos também promovem a inclusão social e a valorização das comunidades que, por muito tempo, foram marginalizadas e ignoradas em debates sobre sustentabilidade.

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