Quem tem Parkinson tem confusão mental?

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A doença de Parkinson é uma condição neurológica que afeta principalmente os movimentos, causando tremores, rigidez, lentidão e dificuldade para caminhar. Mas além dos sintomas motores, o Parkinson também pode afetar a parte cognitiva do paciente, ou seja, a capacidade de pensar, raciocinar, lembrar e se comunicar.

O que é a confusão mental?

A confusão mental é um estado de desorientação e perda de contato com a realidade. A pessoa com confusão mental pode ter alucinações (ver ou ouvir coisas que não existem), delírios (acreditar em coisas que não são verdadeiras) ou alterações de humor. Pode ser causada por diversas condições, como infecções, desidratação, falta de oxigênio, medicamentos, álcool, drogas ou doenças neurológicas.

A doença de Parkinson causa confusão mental?

A resposta é: depende. Nem todas as pessoas com Parkinson vão desenvolver confusão mental. Estima-se que entre 20% e 40% dos pacientes tenham algum grau de psicose, que é o termo médico para descrever os sintomas de confusão mental.

A psicose no Parkinson geralmente começa com sintomas leves, mas pode se agravar com o tempo e prejudicar a qualidade de vida do paciente e dos familiares. Os principais fatores que podem contribuir para o surgimento da confusão mental na doença de Parkinson são:

Medicamentos

Alguns remédios usados para tratar os sintomas motores da doença podem ter efeitos colaterais no cérebro, como aumentar ou diminuir a atividade da dopamina, um neurotransmissor importante para o controle dos movimentos e das emoções.

A dose, o tipo e a combinação dos medicamentos podem influenciar no risco de psicose. Por isso, é importante seguir as orientações do médico e não alterar ou suspender os remédios por conta própria.

Demência

A demência é uma síndrome caracterizada pelo declínio progressivo das funções cognitivas, como memória, linguagem, atenção e raciocínio. A demência pode afetar até 80% dos pacientes com doença de Parkinson em estágios avançados. A demência pode facilitar o aparecimento de alucinações e delírios, especialmente se houver também depressão ou ansiedade associadas.

Delírio

O delírio é uma alteração aguda e transitória do estado mental, que pode causar confusão, desorientação, agitação, sonolência ou alucinações. O delírio pode ser provocado por situações de estresse físico ou emocional, como infecções, cirurgias, internações hospitalares ou mudanças de ambiente. O delírio é mais comum em pacientes idosos e com demência.

Como lidar com a confusão mental na doença de Parkinson?

O primeiro passo é procurar ajuda médica. O médico poderá avaliar as possíveis causas da confusão mental e indicar o tratamento mais adequado. O tratamento pode envolver:

Ajuste dos medicamentos

O médico poderá modificar a dose, o horário ou o tipo dos remédios usados para tratar os sintomas motores da doença, buscando um equilíbrio entre o benefício e o risco de psicose. Em alguns casos, pode ser necessário adicionar ou trocar os medicamentos por outros que tenham menos efeitos colaterais no cérebro.

Tratamento da psicose

Existem medicamentos específicos para tratar os sintomas de alucinações e delírios na doença de Parkinson. Esses medicamentos atuam bloqueando os receptores de dopamina no cérebro, reduzindo assim a confusão mental.

No entanto, esses medicamentos também podem piorar os sintomas motores, por isso devem ser usados com cautela e sob supervisão médica. Um exemplo de medicamento para a psicose na doença é a pimavanserina, que foi aprovada pela Anvisa em 2020.

Tratamento da demência

A demência na doença de Parkinson não tem cura, mas pode ser tratada com medicamentos que visam retardar a progressão da perda cognitiva e melhorar a qualidade de vida do paciente.

Esses medicamentos incluem os inibidores da colinesterase (como a rivastigmina, a donepezila e a galantamina) e os antagonistas do receptor NMDA (como a memantina). Esses medicamentos também podem ajudar a reduzir as alucinações e os delírios em alguns casos.

Tratamento do delírio

O delírio é uma emergência médica que requer atenção imediata. O tratamento do delírio envolve identificar e tratar a causa desencadeante (como infecções, desidratação, hipoglicemia, etc.), corrigir os distúrbios hidroeletrolíticos e metabólicos, evitar o uso de substâncias que possam piorar o quadro (como álcool, drogas ou medicamentos sedativos) e proporcionar um ambiente calmo e seguro para o paciente.

Em alguns casos, pode ser necessário o uso de medicamentos antipsicóticos para controlar os sintomas de agitação, alucinações ou delírios.

Apoio psicológico e social

Além do tratamento farmacológico, é fundamental oferecer apoio psicológico e social ao paciente com Parkinson e confusão mental. O apoio psicológico pode envolver sessões de psicoterapia, grupos de autoajuda ou terapias complementares que visem melhorar o bem-estar emocional do paciente.

O apoio social pode envolver a participação da família, dos amigos ou de cuidadores profissionais que possam auxiliar o paciente nas atividades diárias, na adesão ao tratamento e na prevenção de complicações. Algumas dicas para lidar com a confusão mental na doença de Parkinson são:

  • Não discuta ou confronte o paciente sobre as alucinações ou delírios. Em vez disso, tente distraí-lo com outra atividade ou assunto;
  • Não leve as alucinações ou delírios para o lado pessoal. Lembre-se de que o paciente não está fazendo isso por mal, mas sim por causa da doença;
  • Mantenha uma rotina regular e previsível para o paciente, evitando mudanças bruscas de horário, ambiente ou pessoas;
  • Estimule o paciente a fazer atividades que ele goste e que sejam adequadas ao seu nível cognitivo, como jogos, música, leitura ou artesanato;
  • Mantenha uma boa iluminação e ventilação no ambiente onde o paciente fica, evitando sombras ou ruídos que possam gerar confusão;
  • Oriente o paciente sobre o dia, a hora e o lugar onde ele está, usando relógios, calendários ou fotos como referência;
  • Mantenha o paciente hidratado e alimentado adequadamente, evitando alimentos ou bebidas que possam interferir nos medicamentos ou na função cerebral;
  • Consulte regularmente o médico e siga as orientações sobre o uso dos medicamentos.

Conclusão

A confusão mental é um sintoma que pode afetar algumas pessoas com doença de Parkinson. Ela pode se manifestar como alucinações, delírios ou alterações de humor. A confusão mental pode ter diversas causas, como medicamentos, demência ou delírio.

O tratamento da confusão mental na doença envolve ajuste dos medicamentos, tratamento da psicose, demência ou delírio, apoio psicológico e social. O objetivo é melhorar a qualidade de vida do paciente e dos familiares.

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Adriano Luz é fundador da Agência Digital Webtrends e responsável pela manutenção de portais de conteúdo como o Trendszone. Adora compartilhar conhecimento obtido ao longo de sua vivência nos últimos anos no mundo do Marketing e do Empreendedorismo.