Reguladores do mercado financeiro dos EUA lançam alerta sobre mudanças climáticas

Iniciativa é a primeira de uma autoridade governamental do país e destaca risco de eventos extremos para setores de habitação e seguros

Um relatório encomendado pelos reguladores federais que supervisionam os mercados de commodities dos EUA conclui que a mudança climática ameaça os mercados financeiros do país.

O documento ressalta que os custos de incêndios, tempestades, secas e enchentes impactam severamente os setores de seguros e hipotecas, fundos de pensão e outras instituições financeiras.

As observações não são totalmente novas, mas é o primeiro estudo de amplo alcance do governo federal dos EUA focado nos impactos específicos das mudanças climáticas em Wall Street.

O documento foi feito a pedido da Commodities and Futures Trading Commission (CFTC) e aprovado em 8/9 pelo Subcomitê de Risco de Mercado Relacionado ao Clima para adoção por unanimidade – 34-0.

Ao jornal The New York Times , os autores do relatório reconhecem que a administração Trump, se reeleita, deve ignorar o documento na íntegra. Ao mesmo tempo, afirmam que o relatório por ser visto como um roteiro para um possível governo de Joseph Biden.

O texto faz 53 recomendações sobre como legisladores, reguladores e setor financeiro podem gerenciar este risco e sugere o estabelecimento de um preço sobre o carbono o mais rápido possível.

Entre elas está a reversão de uma regra proposta pelo Departamento do Trabalho da administração Trump que proíbe os gerentes de investimentos de fundos de pensão de considerar conseqüências ambientais em suas recomendações financeiras.

Outras recomendações incluem promover o papel dos mercados financeiros como fornecedores de soluções para o clima e facilitar o fluxo de capital para ajudar a acelerar a transição para uma economia de baixo carbono.

“Como vimos somente nas últimas semanas, eventos climáticos extremos continuam a varrer a nação, desde os graves incêndios florestais do Oeste até os devastadores furacões do meio-oeste e costa do Golfo”, afirma o comissário do CFTC, Rostin Behnam.

“A escalada dos eventos climáticos também representa um desafios ao nosso sistema financeiro e à nossa capacidade de sustentar o crescimento econômico a longo prazo.”

Para Behnam, a aprovação do relatório dá aos formuladores de políticas, reguladores e partes interessadas subsídio para a construção de um sistema financeiro resistente aos desafios climáticos.

A criação do Subcomitê de Risco de Mercado Relacionado ao Clima contou com a participação de membros de mercados financeiros, setores bancário e de seguros, do agronegócio e setor energético, fornecedores de serviços de dados e inteligência, do setor de políticas públicas ambientais e de sustentabilidade, além de pesquisadores focadas na mudança climática e adaptação.

continua após a publicidade
Artigo anteriorColégio carioca cria Telhado Fotovoltaico em unidades
Próximo artigo75% dos europeus querem barrar acordo com o Mercosul por desmatamento, diz pesquisa
Redação
Para falar conosco basta enviar um e-mail para redacaomeioambienterio@gmail.com ou através do nosso whatsapp 021 989 39 9273.