Retomada da exigência de visto para entrada de cidadãos dos EUA, Japão, Canadá e Austrália no Brasil

A partir do dia 1º de outubro, a exigência de visto para entrada no Brasil de cidadãos dos Estados Unidos, Japão, Canadá e Austrália será retomada, após ter sido suspensa em 2019 pelo então presidente Jair Bolsonaro. Desta vez, a solicitação do visto poderá ser feita de forma eletrônica, sem a necessidade de ir até um consulado brasileiro, como era anteriormente.

Segundo o governo Lula, a retomada da exigência do visto não terá grande impacto, uma vez que as informações sobre o fluxo de entrada de pessoas desses países desde o início da isenção mostram um aumento de apenas 12% na entrada de norte-americanos em 2019, enquanto a entrada de cidadãos do Japão caiu 4,4%.

Para o advogado Daniel Toledo, fundador da Toledo e Associados e sócio do LeeToledo PLLC, escritório de advocacia internacional com unidades no Brasil e nos Estados Unidos, essa medida pode indicar uma relação estremecida entre os dois países. Toledo alerta que existe uma possibilidade real de o Brasil sofrer algum tipo de sanção por parte dos Estados Unidos, e que algumas decisões tomadas pelo governo Lula podem trazer consequências negativas para o país no futuro, gerando prejuízos financeiros.

Vale lembrar que os vistos emitidos antes de 2019 continuam válidos e que não será necessário solicitar um novo visto. No entanto, a flexibilidade que existia entre 2019 e 2023 deixará de existir.

Toledo aponta que a aproximação do Brasil com países como Venezuela, Cuba e Nicarágua pode tornar a situação insustentável, uma vez que essas nações possuem embates históricos com os Estados Unidos, tanto no cenário político quanto econômico.

Embora a exigência de visto seja comum quando brasileiros vão aos Estados Unidos, o advogado não acredita que responder da mesma forma seja o melhor caminho, uma vez que isso não agregaria nada para o Brasil. Toledo destaca que o presidente precisa pensar nas relações a longo prazo com os Estados Unidos e que, se houver dificuldades futuras para as trocas econômicas, o impacto será sentido principalmente pela população que paga impostos todos os dias.