Saiba como se preparar para mudar de país em 2023

Daniel Toledo, especialista em Direito Internacional, explica os passos essenciais para quem não quer errar no planejamento

Mudar de país é o sonho de muitos brasileiros, mas se a ideia é fazer isso já em 2023, é preciso considerar que a pressa pode ser inimiga de um plano de imigração perfeito. De acordo com Daniel Toledo, advogado que atua na área do Direito Internacional, fundador da Toledo e Associados e sócio do LeeToledo PLLC, escritório de advocacia internacional com unidades no Brasil e nos Estados Unidos, é preciso cuidado para que o desespero em mudar logo não cause problemas.

“No cenário pós-eleitoral, observamos muitos acharem que o ano que vem será de caos, mas é preciso ter calma porque nenhum presidente conseguiria destruir o Brasil em 12 meses. Muita gente pode tentar aproveitar o desespero das pessoas para tentar empurrar uma possível solução, mas um visto não deve ser tratado como um produto de prateleira. É necessário um bom planejamento”, explica.

Mesmo que as pessoas considerem que o resultado da eleição pode vir a impactar seus negócios, há tempo hábil para estruturar uma possível imigração. “O primeiro passo é conversar com a família. Vir sozinho não dá certo e se a esposa, marido, filhos, não quererem, não adianta forçar uma situação. Há 20 anos ouço esses relatos. Nesse caso, quando chegam aqui, um culpa o outro, um quer voltar e o outro não. Aí sim é que vira um cenário de caos”, pontua o advogado.

Depois do acordo familiar, Daniel afirma que é necessário conversar com um advogado de imigração. “O profissional tem que mostrar conhecimento técnico e experiência. Precisa haver afinidade e segurança”, sugere. “Além disso, é importante entender o procedimento do processo, os detalhes de cada uma das fases. Olhe no olho de quem vai te representar e sinta se o profissional te transmite segurança”, aconselha.

Toledo reforça que a tática varia de acordo com o caso. “Se é casado, a estratégia é uma; se é solteiro, é outra; ou, ainda, se a pessoa tem filhos. Aliás, o advogado precisa saber que esses filhos vão te exigir uma certa demanda. Não adianta a pessoa colocar no business plan que você vai trabalhar 14 horas por dia se você é pai solteiro, como é meu caso. Em quase todas as palestras que fiz na vida meu filho estava lá”, afirma.

Daniel explica que o advogado precisa entender as limitações e possibilidades de quem quer imigrar e deve descrever isso no processo. “Quem ler, vai precisar conhecer o candidato através das palavras que o profissional vai usar para representá-lo”.

Finalmente, é preciso pensar em planejamento financeiro. “Começo perguntando onde a pessoa quer morar, para então conseguir estimar quanto ela vai precisar. Pensando em um padrão de vida médio nos EUA, diria que são necessários uns US$ 5 mil dólares para uma família de 3 a 4 pessoas. Se conseguir se planejar para ter pelo menos 6 ou 7 meses de contas pagas, já é um cenário mínimo razoável.  O ideal seria ter dinheiro para uns 12 meses o que permitirá estruturar a empresa, o business, arrumar um emprego, ou seja, cumprir o que foi colocado no business plan. É preciso entender que ninguém chega em outro país e já no dia seguinte terá uma empresa com faturamento suficiente para pagar funcionário, aluguel, impostos e, ainda, sobrar dinheiro para sobreviver”, finaliza.

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