Você sabe o que é esse tipo de turismo e já teve a oportunidade de experienciar um lugar a partir dele? Veja, a seguir, as características e vantagens tanto para viajantes como para a população local.
Existem milhares de lugares no mundo para se visitar. Contudo, o que nem todo mundo reconhece é a diversidade igualmente enorme das maneiras de viajar. Toda viagem está profundamente ligada não apenas ao orçamento, mas também à visão de mundo de cada viajante, ao que ele considera essencial conhecer em cada lugar e como faz isso.
Em um mundo cada vez mais agitado, que parece espremer o relógio, sobretudo nas grandes cidades, o tempo parece escasso também na hora de viajar. Na última década, multiplicaram-se as agências turísticas que oferecem pacotes fechados com várias atividades por dia para viagens relâmpago de 3 dias.
Contudo, outras formas de turismo também se desenvolveram nesse período, como é o caso do turismo de base comunitária. Você já ouviu falar dele? Confira mais, a seguir, antes de comprar a sua passagem para São Paulo, por exemplo.
O que é
Primeiramente, é importante ter em mente que o turismo de base comunitária (TBC) não é um segmento, mas um jeito de fazer e ver o turismo. É definido como uma atividade turística feita a partir de gestão coletiva, que prioriza a transparência no uso e na destinação dos recursos.
A população local deve ser envolvida em todos os processos envolvendo o turismo no lugar onde moram. A comunidade é proprietária dos empreendimentos turísticos e se preocupam em evitar ou reduzir os impactos ambientais comumente provocados pelo turismo, fortalecendo também iniciativas de conservação da natureza. Valorização da cultura e da história local, busca pelo protagonismo comunitário e pela equidade social também são outros pilares desse tipo de turismo.
O TBC não pretende ser uma alternativa ao turismo de massa no que se refere aos lucros gerados ou à quantidade de pessoas envolvidas. O TBC é pautado pelo respeito aos recursos locais, não ultrapassando os limites de cada região.
Vantagens
O turismo de base comunitária oferece benefícios únicos tanto para viajantes como para a população local. Para os primeiros, esse turismo permite a realização de atividades únicas e que envolvem um contato mais direto com a população e a cultura local, com um número reduzido de pessoas e preocupação socioambiental. A ideia é deixar o menor rastro possível sobre o meio ambiente.
Já para a comunidade local, esse tipo de turismo propicia maior protagonismo e participação, devendo atender às suas necessidades também. Além disso, ela tem sua história e tradições respeitadas (e não vistas como meros objetos de consumo para turistas, como ocorre com o turismo de massa).
O TBC deve ser concebido como um processo educativo para todos os envolvidos e as atividades devem oferecer para ambos experiências respeitosas de aprendizado e reflexão, promovendo a expansão do conhecimento de ambos.
O objetivo não é apenas gerar renda, mas desenvolver um turismo voltado para pessoas, que seja capaz de desconstruir os estereótipos que envolvem diferentes lugares e suas populações e promover uma experiência de troca em que ambos reconhecem sua humanidade.
Em alguns casos, atividades de turismo de base comunitária podem ser mais caras em comparação às experiências turísticas massificadas realizadas em um mesmo destino. Isso ocorre porque é difícil garantir custos reduzidos para atividades que não são vendidas em escala tão larga. Além disso, esse turismo também garante que o dinheiro chegue de fato às comunidades (e não fiquem em sua maioria com as operadoras turísticas).
Esse tipo de turismo cresce no Brasil, sendo possível encontrá-lo em locais como as proximidades de Manaus (sendo realizado junto a comunidades indígenas locais), além de Alter do Chão e Ilha de Cotijuba, no Pará. Ainda é possível encontrar TBC em Ilhabela (SP), Vale do Jequitinhonha (MG).
