A empresa norueguesa Yara (LON:0O7D) desativou mais da metade de sua capacidade de produção de amônia na Europa nesta sexta-feira, em resposta à queda acentuada nos preços dos fertilizantes. Os agricultores têm adiado as compras na expectativa de preços ainda mais baixos, resultando em lucros do primeiro trimestre bem abaixo das previsões.
Os resultados mais fracos são reflexo das baixas nos preços de mercado, impactando tanto os volumes de vendas quanto as margens. Apesar da demanda em queda ter mostrado retomada em abril, a capacidade de produção global deve aumentar acima da tendência histórica em 2023 e 2024.
A Yara informou que, até o fim de abril, tornou inativa uma capacidade anual de 2,8 milhões de toneladas de amônia, ou 58% de sua capacidade europeia, e 3,9 milhões de toneladas de produtos acabados, ou 23% de sua capacidade europeia. No primeiro trimestre, 44% de sua capacidade europeia de amônia e 52% de sua capacidade de fertilizantes acabados foram fechadas.
O presidente-executivo Svein Tore Holsether explicou à Reuters que, embora os preços da energia tenham sido mais baixos do que no ano passado, os preços da amônia e dos produtos acabados caíram ainda mais, afetando os números da empresa. No entanto, ele destacou que as métricas econômicas dos agricultores são agora muito favoráveis, com os preços dos alimentos em relação aos dos fertilizantes historicamente altos, indicando maiores taxas de aplicação de nitrogênio.
Holsether acrescentou que os agricultores esperaram para comprar fertilizantes, conseguindo preços mais baixos, mas agora o mercado está apertado, com risco de gargalos. A Yara divulgou que seu lucro de janeiro a março, excluindo itens não recorrentes, caiu para 487 milhões de dólares, ante 1,35 bilhão de dólares no ano anterior. A receita caiu 30% no trimestre.
