A pandemia e as restrições sanitárias forçaram diversas pessoas e empresas a adotar os canais digitais para continuar realizando os seus trabalhos. Além de setores como a educação e o comércio, a migração para o ambiente virtual durante o período de distanciamento social também ampliou as discussões sobre a telemedicina no Brasil, que ganhou um espaço cada vez maior nos últimos anos.
E o campo da veterinária também não ficou de fora. No final de junho de 2022, o Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), por meio da resolução nº 1.465, definiu as diretrizes para o atendimento virtual de animais em todo o país.
A permissão para a telemedicina veterinária no país aumentou as possibilidades de atuação na área, de modo que diversos profissionais passaram a apostar nesse modelo para a ampliação de seus negócios ou a criação de novas empresas. Esse é o caso da Dr. Mep, a primeira startup voltada para a telemedicina para pets no país.
A empresa conta com uma plataforma própria, onde é possível agendar consultas com veterinários das mais diferentes especialidades, como neurologia, oftalmologia e cardiologia. Com parcerias com médicos veterinários e clínicas de diversos lugares, a companhia, assim como outras do ramo, busca expandir o acesso à medicina veterinária em todo o país.
Benefícios da telemedicina veterinária
A regulamentação da telemedicina pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) impôs algumas regras para o exercício dessa modalidade no país. Segundo a resolução, a consulta a distância pode ser realizada desde que o profissional ou a empresa já tenha atendido o paciente animal em uma consulta presencial nos últimos 180 dias. Ou seja, é necessária a comprovação de uma Relação Prévia Veterinário, Animal e Responsável (RPVAR).
O uso das tecnologias digitais na veterinária é uma oportunidade de ampliar o acesso ao atendimento veterinário em regiões remotas do país, além de promover uma maior conectividade com o veterinário, permitindo que ele possa prestar assistência, verificar o resultado de exames e tratamentos prescritos a distância, o que evita possíveis estresses no deslocamento do animal ao consultório.
A telemedicina veterinária também pode auxiliar nos diagnósticos dos animais, já que ela facilita o contato com diferentes especialistas, que ajudarão a traçar um panorama geral da saúde do pet.
Desafios para os veterinários
A prática da telemedicina não é algo novo. Apesar de sua formalização só ter acontecido neste ano, era comum que diversos veterinários, de maneira informal, realizassem atendimentos por aplicativos de mensagem e videochamadas.
Agora, com a regulamentação, alguns desafios se impõem para a classe veterinária, especialmente no que se refere à compreensão sobre as melhores maneiras de se utilizar o modelo virtual de atendimento, respeitando a ética médica.
E o principal diz respeito às modalidades da telemedicina, que envolvem diferentes tipos de atendimento que possuem demandas diferentes, o que inclui a avaliação da necessidade de atendimento presencial ou não. Como a teleconsulta, que, por exemplo, necessita do estabelecimento da RPVAR (Relação Prévia Veterinário, Animal e Responsável), o que torna obrigatória a consulta presencial prévia.
Para as outras, a teletriagem pode ser importante para que o veterinário averigue o melhor atendimento, de acordo com a situação do pet em questão.
Apesar dos novos desafios, a regulamentação da prática é um passo e tanto para a consolidação da telemedicina no país. A partir dela, cursos técnicos e faculdades de medicina veterinária podem adequar as grades curriculares à nova realidade da área no país, com o objetivo de preparar os futuros profissionais para o exercício de diferentes modalidades da veterinária.