Educação à Sombra: Árvores Têm Mais Valor do que o Futuro de Guaratiba?

Foto: Jairo Bispo

Imagine isso: a brisa fresca soprando, a sombra reconfortante das árvores, risadas de crianças enquanto correm para a escola. Agora, segure esse pensamento e mergulhe na realidade de Guaratiba, Rio de Janeiro. Uma cidade que parece estar vivendo de cabeça para baixo, onde a prioridade parece ser mais sobre cortar árvores do que cultivar mentes jovens. Isso mesmo, a licença ambiental para o Colégio Estadual Zilda Arns está pendurada no ar há meses, enquanto árvores são derrubadas como fichas de dominó para dar espaço ao Novo Terminal do BRT Magarça. Mas vamos encarar de frente: onde estão as prioridades?

Há uma dança sinistra acontecendo aqui. Enquanto o futuro educacional de Guaratiba permanece congelado em um emaranhado de papeladas burocráticas e aprovações suspensas, as árvores estão sendo abatidas como se fossem obstáculos inconvenientes no caminho do “progresso”. Essa situação levanta questões importantes: por que as árvores parecem ter mais voz do que os estudantes? Por que a educação, a base sobre a qual o futuro da nossa sociedade é construído, está sendo deixada à sombra?

Vamos falar sobre o tal “progresso”. Claro, um novo terminal de BRT pode ser considerado um passo em direção ao desenvolvimento, mas a que custo? Enquanto as máquinas rugem e cortam a terra, os jovens estão perdendo a oportunidade de construir um futuro brilhante. Ouvimos falar sobre sustentabilidade e crescimento equilibrado, mas parece que esses ideais estão sendo jogados ao vento quando se trata de decisões concretas.

Pergunte a si mesmo: onde estarão os líderes, os inovadores e os solucionadores de problemas do amanhã? Eles serão as vítimas silenciosas dessa troca desequilibrada? As árvores são preciosas, não há dúvida sobre isso. Elas nos fornecem ar puro, abrigo para inúmeras formas de vida e beleza natural. No entanto, seu valor não deveria ofuscar o valor inestimável da educação.

Não podemos esquecer que as árvores, embora majestosas, não podem moldar um futuro. Elas não podem ensinar as próximas gerações a pensar criticamente, a resolver problemas complexos ou a questionar o status quo. A educação é a raiz que sustenta nossa sociedade. Sem ela, estaremos plantando sementes de ignorância e apatia.

A perplexidade aqui é palpável. Como é possível que a papelada para um terminal de transporte esteja se movendo mais rapidamente do que a aprovação para uma escola? As prioridades estão invertidas, como se alguém decidisse que os galhos de uma árvore têm mais peso do que o futuro de uma criança. Isso não é apenas uma questão local, é um reflexo de uma mentalidade que precisa ser desafiada.

Enquanto as árvores caem, os cidadãos de Guaratiba têm o direito de questionar o sistema. Por que nossa sociedade parece tão inclinada a sacrificar o futuro pela conveniência do presente? A educação não deve ser uma moeda de troca para satisfazer agendas temporárias.

Não é tarde demais para mudar o rumo dessa narrativa. A educação deve ser celebrada e protegida, não empurrada para um canto escuro. É hora de nossos líderes lembrarem que a verdadeira construção do futuro acontece nas salas de aula, não nas lâminas de uma serra elétrica.

Em última análise, a batalha entre árvores e educação não deveria ser uma batalha. Ambas são preciosas, e encontrar um equilíbrio é essencial. Em vez de permitir que uma vença em detrimento da outra, devemos encontrar maneiras de harmonizar nossas aspirações e responsabilidades. Afinal, um futuro verde e saudável só pode ser construído sobre alicerces sólidos de conhecimento e cuidado ambiental.

Portanto, aqui está a pergunta que fica: estamos dispostos a sacrificar o potencial brilhante de Guaratiba por uma sombra momentânea? A resposta, espero, ecoará através das árvores que ainda permanecem e das vozes dos estudantes que merecem mais do que um futuro suspenso. Que a lição que aprendamos com essa situação seja que não podemos deixar que as sombras do presente obscureçam a luz do amanhã.

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Redação
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