Catar: Entenda por que a realização da Copa no país oriental recebe fortes críticas

O Catar, primeiro país do oriente médio a sediar uma Copa do Mundo, gerou muitas polêmicas por conta de uma série de diferenças culturais e leis rígidas no país que discriminam pessoas, e foram alvos de protestos dentro e fora dos campos.

Para montar a estrutura de uma sede da Copa do Mundo, é importante considerar uma série de elementos, desde profissionais de diversas áreas até equipamentos, como tratores usados que serão usados para montar a estrutura dos jogos.

O país árabe, cujo nome oficial é Estado do Catar, é um local pequeno em tamanho, mas com um alto poder econômico. Ele é considerado um emirado, uma vez que é administrado por um emir.

Fazendo fronteira com o Arábia Saudita, o país é situado na península arábica, próxima do Golfo Pérsico. Desde seu anúncio pela FIFA, tem recebido duras críticas que vão desde corrupção até graves casos de violações dos direitos humanos.

Escolhido em 2010, o país inicialmente realizaria o evento durante o verão. Entretanto, durante esse período o Catar tem temperaturas muito altas, que excedem os 40° C regularmente, o que seria muito ruim para os jogadores.

Para lidar com essa questão, a Fifa decidiu que esta edição da Copa do Mundo fosse um pouco mais curta e realizada entre os meses mais frios do país, que ainda assim são extremamente quentes.

Para muitos profissionais de rastreamento de frotas, essa mudança afetou diretamente a maneira como eles trabalham, uma vez que se trata de um evento de escala global.

Essa escolha em si, apesar de ajudar os jogadores, gerou uma polêmica muito grande, uma vez que colocou o mundial no meio das principais ligas europeias, dificultando a liberação de jogadores e atrapalhando o andamento dessas ligas.

Normalmente, a Copa é realizada entre os meses de junho e julho justamente para evitar a colisão com as ligas domésticas da Europa, que movimentam muito dinheiro e são extremamente importantes para a própria FIFA.

Para evitar maiores complicações durante a execução das ligas, elas acabaram optando por pausar suas campanhas para permitir que os jogadores possam competir por seus países.

Essa escolha acabou sendo problemática, uma vez que quebra a rotina dos jogos domésticos e faz com que tanto torcedores quanto jogadores percam o ritmo, o que faz com que a própria liga perca muito dinheiro.

Mesmo profissionais de assistência técnica de aparelho auditivo tiveram que se adaptar a essas mudanças, garantindo que o trabalho seja executado, mas sem perder a oportunidade de torcerem para seus países.

Polêmicas no Catar

Para entender melhor toda a problemática em volta da Copa do Mundo de 2022, é importante identificar algumas das principais questões levantadas por ativistas e por membros da imprensa.

O país é muito diferente culturalmente, e algumas pessoas insistem no fato de que a cultura local deve ser respeitada. Ainda assim, estes elementos muitas vezes foram prejudiciais para as pessoas que estavam passeando ou trabalhando no país.

Conhecer essas polêmicas ajuda a ter um panorama maior sobre as complicações geradas dentro do país durante o período de Copa do Mundo, compreendendo melhor as questões levantadas por pessoas envolvidas em polêmicas.

O desembaraço aduaneiro é uma questão muito importante quando você vai de um país a outro, e em eventos como a Copa do Mundo, o trabalho desses profissionais é ainda mais valorizado.

Corrupção

As denúncias e suspeitas de corrupção permeiam a Copa do Mundo desde as votações para a sede, ainda em 2010. O Departamento de Justiça dos Estados Unidos alegaram que subornos foram pagos para garantir votos para o Catar e para a Rússia, na edição anterior.

Ainda que os organizadores do evento tenham negado todas as acusações com relação a isso, alguns países ficaram receosos, acreditando nas denúncias feitas pelos EUA.

As suspeitas foram escalando ao longo dos anos, até que em 2020 promotores formalizaram as acusações sobre ambos os eventos de maneira formal.

O comitê responsável pelo planejamento e operações da Copa do Mundo no Catar rejeitou as acusações.

O CEO da equipe da Copa do Mundo 2022 do Catar, Nasser Al Khater, foi um forte crítico a essas denúncias, negando-as e acusando os países com suspeitas de tratar o Catar injustamente.

Alguns serviços de contabilidade começaram a pesquisar essas questões, tentando identificar falhas nas contas referentes ao processo de escolha do país-sede da Copa do Mundo.

Durante anos, essa foi a postura do país, defendendo-se das acusações, mas sem mostrar provas de que as alegações não eram verdadeiras. Por conta disso, mesmo durante e após a execução do evento, muitas dúvidas ainda ficaram no ar.

Trabalhadores estrangeiros

A maior parte da população do país é de estrangeiros, que ocupam diversos espaços comuns de trabalho. Entretanto, a maneira como o país tem tratado essas pessoas tem sido alvo de muitas críticas, principalmente em grupos de direitos humanos.

A Anistia Internacional, um dos maiores grupos de defesa dos direitos humanos, fez um relatório imenso para denunciar os abusos trabalhistas que o país realiza com estrangeiros, mesmo após reformas no sistema.

Dentre as principais denúncias, é possível mencionar:

  • Retenção de salários;
  • Mudanças forçadas de função;
  • Falta de cuidado com a segurança;
  • Jornada exaustiva de trabalho.

A resposta do governo do Catar foi de que seu sistema trabalhista ainda está em evolução, e que existem muitos aspectos a serem otimizados. Entretanto, o governo negou as alegações de que os trabalhadores estivessem sendo explorados.

Os grupos de apoio aos direitos humanos têm cobrado providências da FIFA, principalmente solicitando compensação financeira para os trabalhadores que passaram por situações de abuso durante a preparação para a Copa do Mundo.

Algumas associações de Futebol da Europa se juntaram ao coro, solicitando que a FIFA tomasse alguma atitude a respeito dos trabalhadores no Catar, ajudando os profissionais mais próximos, como aqueles de uma empresa de transporte.

Entretanto, a instituição alegou que as associações deveriam se concentrar no futebol, e não deixar o esporte ser arrastado para batalhas políticas e ideológicas, ignorando os questionamentos desses grupos.

Mulheres e público LGBTQIA+

O país, que é de uma vertente conservadora muçulmana, tornou ilegal a homossexualidade no país.

Isso levantou muitas preocupações, tanto da mídia quanto das seleções, uma vez que os torcedores que se encaixam nesse perfil não poderiam comparecer ao evento sem serem discriminados pelo país-sede da Copa do Mundo.

A resposta dos organizadores do evento foi enfática em dizer que, independentemente de origem ou orientação sexual, todos seriam bem-vindos ao país durante o torneio, tentando diminuir o impacto que essas leis fizeram na mídia.

Entretanto, um pouco antes da Copa do Mundo efetivamente começar, um embaixador do evento e ex-jogador da Seleção do país afirmou a uma emissora de TV alemã que homossexualidade era uma “doença mental”, contrariando o tom apaziguador da organização.

Ele também foi enfático ao dizer que esperava que os mais de um milhão de visitantes programados para o evento “aceitassem” as regras do país, uma clara referência à lei contra a homossexualidade.

Esse tipo de posicionamento gerou uma série de manifestações contra o evento, incluindo ações dos próprios participantes da Copa do Mundo, que fizeram protestos e falaram abertamente sobre esses problemas no país.

Controle de álcool

A Copa do Mundo é um evento muito ligado à cerveja. Muitos dos patrocinadores da Copa são empresas que trabalham com bebidas alcoólicas, além de o evento ser diretamente associado aos fãs da bebida.

Entretanto, o Catar optou por um controle rígido sobre o álcool, proibindo-o inclusive em estádios, o que acabou deixando um desafio muito maior para os organizadores lidarem com essas questões.

Mesmo a compensação ambiental foi um termo aplicado nessa estrutura, uma vez que foram pensadas maneiras de descartar corretamente os invólucros das bebidas sem causar danos ao meio ambiente.

Para não impedir completamente o consumo de álcool, o país optou por uma rígida estrutura de vendas, que foram realizadas em locais específicos para o consumo durante o evento.

As bebidas alcoólicas foram vendidas três horas antes do começo de cada jogo, e uma hora depois da partida. Entretanto, durante o período do jogo, a venda estava proibida, o que gerou insatisfação entre muitos torcedores.

Os estádios contavam também com uma área exclusiva para os fãs que estivessem bêbados voltassem à sobriedade. A justificativa para esses espaços, de acordo com Nasser Al Khater, era de que assim os fãs estariam mais seguros.

A preocupação, de acordo com o CEO do evento, é que torcedores bêbados poderiam fazer ações prejudiciais tanto a outros quanto a eles mesmos, embora esse tipo de situação não seja comum em Copas do Mundo.

Considerações finais

A Copa do Mundo é um evento para o país. Empresas de engenharia civil em SP fecharam suas portas durante os períodos de jogos para torcer e aproveitar um pouco dos jogos, fazendo confraternizações entre os funcionários.

Entretanto, as complicações apresentadas na Copa do Catar tiraram um pouco da magia do evento, levantando mais questionamentos do que a empolgação para torcer pela Copa do Mundo.

Nas próximas edições, essas dúvidas continuarão permeando os responsáveis, e é preciso uma mudança de postura para conseguir recuperar o status que a Copa do Mundo costuma ter.

Esse texto foi originalmente desenvolvido pela equipe do blog Guia de Investimento, onde você pode encontrar centenas de conteúdos informativos sobre diversos segmentos.