Companhias aéreas sinalizam que preços das passagens aéreas continuarão altos em 2023

As companhias aéreas Latam, Gol e Azul anunciaram durante a divulgação dos balanços das empresas que os preços das passagens aéreas devem continuar salgados para os consumidores em geral neste ano. Isso acontece em meio aos esforços das empresas para retomar a lucratividade após um período de forte pressão financeira com a pandemia.

O programa do governo que prevê oferecer passagem aérea por R$ 200 para aposentados, pensionistas, estudantes e funcionários públicos com renda de até R$ 6,8 mil, divulgado nesta segunda-feira, contrasta com a sinalização das empresas. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) deve divulgar nas próximas semanas os dados referentes à tarifa em 2022. A informação mais recente, de novembro, aponta que o retorno médio doméstico atingiu R$ 0,4940, alta de 26% na comparação com 2019.

O presidente da Azul, Abhi Manoj Shah, afirmou em teleconferência com analistas e investidores que o cenário atual de tarifas não deve ser alterado. Segundo ele, a indústria fez um bom trabalho durante a pandemia e vai manter o nível tarifário. A intenção da Azul é ter disciplina e não devolver os ganhos. Shah afirmou ainda que a indústria doméstica deve crescer sua oferta entre 8% e 10% neste ano ante 2019.

A Gol reverteu o prejuízo do quarto trimestre de 2021 e registrou um lucro líquido de R$ 230,9 milhões nos últimos três meses do ano passado. A receita foi recorde e somou R$ 4,7 bilhões, alta de 61,7% na comparação anual e de 24,3% contra o pré-pandemia. A oferta de assentos deve crescer entre 20% e 25% no ano sobre 2022. O presidente da Gol, Celso Ferrer, afirmou que a empresa vai focar na eficiência e na produção de margens.

O presidente da Latam Brasil, Jerome Cadier, afirmou que o grupo não vai sacrificar rentabilidade para ganhar participação de mercado, mas vai usar de sua melhor condição financeira após a conclusão da recuperação judicial para ter uma postura mais agressiva nos preços. A expectativa é que a Latam Brasil aumente sua oferta de assentos entre 7% e 10% contra o pré-pandemia (2019).

Um dos desafios da indústria tem sido o atraso na entrega de aviões. Segundo Cadier, os modelos de corredor único estão garantidos. Na Boeing, as aeronaves maiores de rotas internacionais, o cenário é outro. A demora fez a empresa postergar o início da rota para Los Angeles, de julho para agosto. Já a operação para Joanesburgo está marcada para começar em setembro.

Diferentemente de outras regiões, o governo brasileiro não deu apoio financeiro ao setor aéreo durante a pandemia. Com isso, as empresas tiveram que buscar financiamento no mercado e, após o pior da crise, estão mais endividadas. A Latam, por exemplo, passou por um processo de recuperação judicial iniciado em 2020 e concluído em novembro passado, o que deixou um cenário de liquidez mais favorável. Entretanto, o grupo não tem demonstrado interesse em brigar por mercado como fez em 2015 com a Gol, época em que as passagens tiveram uma forte queda.

Apesar das dificuldades enfrentadas pela indústria, as companhias aéreas estão confiantes na recuperação do setor e apostam no aumento da demanda por viagens aéreas. Ainda assim, os preços das passagens aéreas devem continuar altos em 2023, o que pode dificultar o acesso de muitas pessoas aos serviços de transporte aéreo.

A expectativa é que a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) divulgue em breve os dados referentes à tarifa em 2022, o que permitirá uma avaliação mais precisa do comportamento dos preços das passagens aéreas. Enquanto isso, as companhias aéreas seguem empenhadas em buscar soluções para os desafios enfrentados pelo setor e em manter a rentabilidade de seus negócios.

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