Crédit Suisse tranquiliza clientes no Brasil após queda de ações na Europa

O Credit Suisse, segundo maior banco suíço, buscou tranquilizar seus clientes no Brasil em relação ao desempenho das ações da instituição na Europa, que caíram 24% na quarta-feira. Em uma apresentação em português, o banco destacou sua estrutura de capital sólida e comparou métricas como o índice de capital principal Tier 1 (CET1) e o índice de liquidez de curto prazo (liquidity coverage ratio) com a capitalização dos principais pares em vários países. O banco também afirmou que a posição de balanço está ainda mais sólida, ressaltando que a estrutura de capital do banco continua resiliente.

O Credit Suisse tem presença no Brasil desde 1959 e atua principalmente nas áreas de private banking & wealth management e gestão de recursos, realizando ainda operações de crédito, emissão de ações e títulos, abertura de capital (IPO), fusões e aquisições de empresas (M&A), corretagem e tesouraria. A carteira do banco inclui clientes de alta renda, muitos deles oriundos do Banco Garantia (comprado em 1998) e da Hedging-Griffo (comprada em 2007, com a aquisição concluída em 2012).

A queda das ações do banco suíço na Europa gerou preocupações em torno de uma possível crise financeira, especialmente após o colapso do Silicon Valley Bank (SVB) nos Estados Unidos na semana passada. No entanto, em declaração conjunta com o regulador suíço Finma, o Banco Central da Suíça afirmou que o Credit Suisse é sólido e que “atende às exigências de capital e liquidez impostas aos bancos sistemicamente importantes”. Nesta quinta-feira, após o anúncio de que o Credit Suisse receberia um empréstimo de até 54 bilhões de dólares do Banco Central da Suíça, as ações do banco dispararam 23%.

O banco suíço também afirmou que a situação do Silicon Valley Bank não é comparável à do Credit Suisse, destacando que a instituição norte-americana enfrentava problemas de gestão do seu passivo e que bancos com ativos menores do que 250 bilhões de dólares possuem uma regulamentação mais branda nos EUA.

O Credit Suisse vem lutando para se recuperar de uma série de escândalos nos últimos anos, e a preocupação em torno da instituição cresceu depois que o seu maior acionista, o Saudi National Bank, declarou que não poderia fornecer mais ajuda financeira ao banco, citando questões regulatórias. Em 2008, as ações do Credit Suisse valiam cerca de 80 francos suíços e nesta quinta-feira eram cotadas a 2 francos.

Analistas do JP Morgan disseram que o apoio das autoridades suíças dará tempo ao banco para realizar sua reestruturação. “A combinação de medidas deve ser suficiente para conter os movimentos negativos na estrutura de capital, já que o mercado precificou o impacto potencial das pressões de liquidez”, disse o JP Morgan em nota nesta quinta-feira.

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